Catapora em adultos

Vírus comum da infância se manifesta em idades mais avançadas na forma do herpes zóster. Nesse caso, pode provocar dor intensa e prolongada.

Saúde / 18 de Fevereiro de 2019 / 0 Comentários
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A varicela é uma doença comum na infância, mas pode voltar na idade adulta como herpes zóster. A herpes é uma infecção cujo vírus permanece no corpo a vida toda e pode ser reativado. A principal característica são lesões na pele com coceira. Pode resultar em uma febre moderada e gerar mal-estar, cansaço, dor de cabeça e perda de apetite. O Ministério da Saúde tem feito alertas sobre a transmissão e os cuidados que devem ser adotados.

O vírus chamado varicela-zóster é diferente do da herpes simples, aquela que causa lesões na boca e nos órgãos genitais. Ele volta a se manifestar na vida adulta em 20% das pessoas que tiveram catapora. A transmissão não ocorre por via respiratória. Segundo o infectologista Esper Kallás, em entrevista ao portal do médico Drauzio Varelka, o vírus fica encubado no nervo e provoca lesões parecidas com as da catapora.

De acordo com especialistas, uma das características do hespes zóster, também conhecido como “cobreiro”, é que a lesão não ultrapassa a metade do corpo. Em regiões como tórax ou perna, a conduta é esperar que as feridas desapareçam, o que costuma acontecer depois de sete dias. Mas a doença pode acometer a face. Nesse caso, é preciso ter mais cuidado. O vírus pode atingir os nervos que vão para o olho e causar ceratite, uma inflamação na córnea.

Aos primeiros sinais, a herpes zóster provoca formigamento e dor no lugar onde irão aparecer as lesões. No primeiro dia, pode haver febre baixa. Na sequência, o local fica vermelho, e começam a eclodir bolhas com água, que são as chamadas vesículas, contendo o vírus. As lesões aparecem em até dois dias. Se a pessoa tiver boa saúde, em uma semana as lesões criam uma crosta, e a doença chega ao fim.

Para manipular a ferida, o cuidado deve ser maior. Conforme o infectologista, a pessoa tem que lavar as mãos com água e sabão antes e depois de lidar com a lesão. Caso as bolhas estourem, a região deve ser coberta para se evitar o vazamento do líquido com vírus e, consequentemente, a contaminação de outras pessoas. A indicação é separar toalhas e objetos pessoais que entraram em contato com a lesão. A água boricada é uma boa aliada para impedir que bactérias se alojem nos machucados e piorem a infecção. 

Nevralgia

Segundo o médico, “como o herpes zóster caminha por um nervo responsável pelas sensações da região onde se situa, sua inflamação pode provocar uma dor intensa, chamada 'nevralgia', exatamente no local em que a lesão apareceu”. A dor não termina junto com a doença. Ao contrário, se houver inflamação no nervo, ela pode persistir por mais de cem dias. O tratamento precisa ser específico e iniciado o quanto antes. O principal medicamento é para controle da dor.

De acordo com o especialista, existe um equilíbrio entre o sistema imunológico e a atuação do vírus incubado. Se a defesa fica baixa, o vírus encontra facilidade para se manifestar e causar a doença. Em casos raros, a enfermidade se espalha pelo corpo, mas isso geralmente ocorre quando o sistema de defesa do indivíduo está debilitado, como em casos de doenças associadas.

O índice de pessoas que voltam a ter a herpes zóster é de 4%. O número é considerado baixo pela medicina. Portanto, quem já teve um episódio dificilmente terá outro.

Existe vacina contra o vírus desde 2014. Ela é ministrada a partir dos 50 anos, fase em que as pessoas apresentam maior risco de desenvolver a doença. A vacina também reduz a possibilidade de reativação do vírus e previne a nevralgia. O valor é de cerca de R$ 500, e ainda não há previsão de inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS).

Na infância, é importante que pais e mães não deixem de vacinar as crianças contra a catapora. Uma dose única, tomada a partir de 1 ano, garante de 90% a 100% de proteção. Hoje, a vacina consta no calendário nacional gratuito do SUS.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, entre 2012 e 2017 foram notificados mais de 600 mil casos de varicela no país. A maior parte foi registrada em crianças entre 5 e 9 anos. Mais de 4.000 casos foram verificados em adultos com cerca de 50 anos.

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