Mudanças à vista

Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito começa a ser revisado e deve ser lançado em setembro próximo

Segurança / 26 de Maio de 2021 / 0 Comentários
A- A A+

Foi dada a largada para a atualização do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans). Em março, o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) criou seis grupos de trabalho formados por especialistas das esferas federal, estadual e municipal para a revisão do programa, totalizando mais de cem pessoas responsáveis pelos estudos e pelas propostas de mudanças.

O tema é o protagonista da Agenda Regulatória do Denatran para 2021 e 2022. Segundo o diretor-geral do órgão, Frederico Carneiro, o plano afeta toda a sociedade, pois visa à redução do número de mortes e lesões no trânsito.

“Passados dois anos da sua criação, o Denatran entendeu a necessidade de revisá-lo, buscando trazer mais efetividade à  promoção das ações para tornar o trânsito mais seguro, bem como alinhar o plano à nova década de ações para a segurança no trânsito promovida pela Organização das Nações Unidas”, afirmou Carneiro.

De acordo com o Denatran, o plano norteia todas as ações do órgão e das entidades que compõem o Sistema Nacional de Trânsito, como o Conselho Nacional de Trânsito, os conselhos estaduais e do Distrito Federal, além do próprio departamento nacional.

Também participam da iniciativa o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), os departamentos estaduais de trânsito (Detrans), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Militar.

A sociedade também será ouvida e poderá contribuir por meio de consulta pública. A meta é que a proposta de revisão esteja pronta em setembro e já em vigor durante a Semana Nacional de Trânsito, que acontece no mesmo mês.

O Pnatrans foi instituído em 2018 com 157 ações voltadas para reduzir em, pelo menos, 50% o número de mortes e lesões no trânsito em um intervalo de dez anos.

Dados unificados

Em fevereiro último, o Denatran divulgou um sistema-piloto que vai consolidar dados para ajudar na formulação de soluções para a redução dos óbitos no trânsito. O sistema, chamado de Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito, está sendo implementado pelo Ministério da Infraestrutura por meio do departamento.

A tecnologia está prevista no Pnatrans e tem o objetivo de centralizar informações como números de ocorrências, mortos e feridos, perfil das vítimas, condições das vias e dos veículos e as principais causas dos acidentes.

A base de dados vai conter estatísticas disponibilizadas pelo Denatran, pelos Detrans, pela PRF, pelo Dnit, pelos Departamentos de Estradas de Rodagem e pela sociedade civil. “Por meio desses dados será possível fazer um diagnóstico dos acidentes de trânsito no Brasil, monitorar quais são os trechos de rodovias e vias urbanas mais críticos e, a partir daí, adotar as medidas necessárias para prevenir a ocorrência de acidentes, minimizar a gravidade das lesões e diminuir o número de mortes. Enfim, garantir um trânsito mais seguro para todos”, adiantou o diretor-geral do Denatran.

O sistema já está sendo abastecido pelos Estados de Rondônia, Roraima e São Paulo. A previsão é que, até junho, outras 11 unidades federativas sejam incluídas.

Estatísticas

De acordo com o Painel CNT de Consultas Dinâmicas de Acidentes Rodoviários, o Brasil registra, em média, 190 acidentes e 14 mortes por dia nas rodovias federais. Em 2018, foram quase 70 mil ocorrências com 53 mil feridos e mais de 5.000 óbitos. As rodovias campeãs naquele ano foram a BR-101 e a BR-116.

Em números absolutos, o Estado com mais registros de mortos foi Minas Gerais – detentor da maior malha rodoviária nacional –, com 693 óbitos em mais de 7.000 ocorrências.

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião de Revista Entrevias. É vedada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. Revista Entrevias poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.