Recuperação à vista

Movimento de caminhões nas estradas dá sinais de fôlego econômico em um cenário ainda conturbado por conta da pandemia da Covid-19

Economia / 28 de Setembro de 2020 / 0 Comentários
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A retomada das atividades econômicas em vários setores depois das paralisações provocadas pela pandemia da Covid-19 já está se refletindo nas estradas brasileiras, que vêm registrando um aumento no movimento de veículos pesados. Outra boa notícia é que, na avaliação de especialistas, a tendência também é de alta nos próximos meses.

Em julho, houve um crescimento de 5,3% no tráfego de caminhões nas rodovias pedagiadas na comparação com o mês anterior. No confronto com julho de 2019, o recuo foi de apenas 0,1%, indicando estabilidade. O levantamento foi feito pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), que, mensalmente, apura esse indicador em parceria com a Tendências Consultoria Integrada.

“O movimento de pesados é influenciado pela produção e pela circulação de bens de primeira necessidade, como sinalizado pelo dinamismo recente da indústria de alimentos e das vendas de supermercados”, afirma o analista da consultoria, Thiago Xavier. “O transporte de cargas foi o menos penalizado pela crise do novo coronavírus e tem se recuperado com mais velocidade”, emenda.

DESTAQUES

No recorte regional, o fluxo de caminhões destoou no Sudeste brasileiro, sobretudo no Estado do Rio de Janeiro, que teve uma alta de 6,5% em julho deste ano. Comparando com o mesmo mês do ano passado, porém, houve uma queda também de 6,5%.

Já no Estado de São Paulo, contrastando com junho último, o índice ABCR mostrou um crescimento de 4,3% no volume de tráfego em julho. Em relação a julho de 2019, a redução foi bem mais sutil do que a do território fluminense: 0,5%.

No Sul do país, o Paraná também apresentou um bom desempenho no levantamento da associação: evolução de 1,2% ante junho e recuo de 0,4% no confronto com julho do ano anterior.

OUTRO LADO

Enquanto o movimento de caminhões nas estradas vem dando sinais de recuperação da economia, a circulação de veículos leves ainda evidencia o impacto da pandemia na vida da população. Os dados apresentados pela ABCR mostram que, em julho, o número de automóveis que passaram pelos pedágios foi 0,9% menor do que o registrado em junho. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a diferença é ainda maior: 24,9% a menos.

Na avaliação de Xavier, dois fatores justificam esse cenário: a redução de pessoas circulando, em função das recomendações de se manter o distanciamento social, e a diminuição da renda das famílias, impactada pelo avanço do novo coronavírus no Brasil. “Isso limita as decisões de viagem”, conclui o analista da Tendências Consultoria Integrada.

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