Tire algumas dúvidas sobre os carros flex

Proporção certa entre álcool e gasolina pode gerar economia no bolso do consumidor

Fique de Olho / 06 de Fevereiro de 2015 / 0 Comentários
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Invenção brasileira para aproveitar o potencial de etanol que o país tem, a tecnologia flex foi desenvolvida em 2003, para que os veículos pudessem ter rendimento com álcool ou gasolina, ou com a mistura deles. Boa parte da po­pulação já dispõe de veículos com esse sistema. Em 2014, dos carros licenciados até outubro, 88,1% possuíam a tecnolo­gia flex, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Au­tomotores (Anfavea).

No entanto, ainda há dúvidas sobre como proceder ao se abastecer o carro: se existe uma proporção certa de combi­nação dos combustíveis que proporcione economia, qual deles tem melhor ren­dimento ou desgasta menos o veículo. Acompanhe a entrevista com o consultor automotivo Marcus Romaro​ para esclare­cer alguns questionamentos:

 Consultor automotivo Marcus Romaro​

Entre-Vias: Sabe-se que a gaso­lina lubrifica e o álcool desgasta o motor. Se eu abasteço somente com álcool, estou danificando o motor do meu carro?

Marcus Romaro​: Nos atuais veícu­los ‘flex’, ao contrário dos movidos exclu­sivamente a álcool de antigamente, todos os componentes foram desenvolvidos com materiais mais nobres e/ou tratados quimicamente para que sejam resistentes à ação do álcool e mantenham a durabili­dade esperada e definida em projeto. Por isso, o motorista pode encher o tanque

do veículo somente com álcool sem pro­blemas, especialmente porque a gasolina já possui uma porcentagem de 22% de álcool hidratado em sua composição es­tabelecida por lei.

EV: Existe uma proporção de mistura dos dois combustíveis que melhora o rendimento do motor flex?

MR: Sim, não propriamente o ren­dimento do motor e/ou consumo de combustível em termos absolutos, mas especificamente pela relação valor gasto versus quilometragem percorrida. Estima­-se que uma proporção de entre 10% e 20% de álcool no tanque com o restante de gasolina possa ocasionar uma econo­mia final em reais – gasta-se um pouco mais para encher o tanque, mas também se roda mais, e há alguma economia na relação –, dependendo sempre do tipo do motor e da qualidade dos combustíveis utilizados.

EV: Se estou com metade do tanque com gasolina, devo esperar acabar para trocar para álcool?

MR: Não. Os motores dos veículos flex são calibrados para funcionarem com qualquer relação de mistura entre álcool e gasolina. A diferenciação é feita prati­camente em tempo real, pela sonda lam­bda - dispositivo que envia sinal elétrico à injeção eletrônica do veículo e controla a quantidade de combustível para levar ao motor - que, por meio da análise dos gases de combustão, manda a informa­ção para a central de comando da injeção eletrônica, e esta providencia o ajuste do motor automaticamente.

EV: Ao se trocar de combustível, é preciso rodar um pouco antes de desligar o motor?

MR: Não. Entretanto, é importante manter o reservatório de partida a frio sempre cheio, com gasolina aditivada de preferência, para não se correr o risco de o veículo não ligar em dias frios caso te­nha sido abastecido com álcool.

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