Alerta de prevenção

Julho Verde: campanha reforça importância da prevenção e do combate ao câncer de cabeça e pescoço

Editorial / 03 de Setembro de 2025 / 0 Comentários
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O mês de julho marcou, em todo o Brasil, o Julho Verde, campanha nacional que chama atenção para a prevenção e o combate ao câncer de cabeça e pescoço. Instituída oficialmente por lei em 2022, a iniciativa mobiliza o Sistema Único de Saúde (SUS), o Ministério da Saúde, o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) e diversas associações na tarefa de levar informação e conscientização para a população sobre uma doença que ainda apresenta elevados índices de diagnóstico tardio.

Esse tipo de câncer engloba tumores localizados em diferentes zonas: boca, língua, gengivas, faringe, laringe (cordas vocais), cavidade nasal, glândulas salivares, tireoide, pele do rosto, couro cabeludo, entre outras. 

Os sintomas podem variar conforme a região acometida, mas incluem feridas ou manchas na boca que não cicatrizam, rouquidão persistente, dificuldade para engolir, caroços no pescoço, dores de garganta e alterações na voz. O diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de cura e reduzir sequelas, que podem comprometer funções vitais como fala, respiração e alimentação.

 

INCIDÊNCIA NO BRASIL

Segundo estimativa do Inca, de 2023 a 2025, o Brasil deve registrar cerca de 39.550 novos casos por ano de câncer de cabeça e pescoço, o que representa aproximadamente 5% dos tumores malignos diagnosticados no país. O câncer de laringe é o subtipo mais comum, seguido pelos tumores de cavidade oral e tireoide. 

O índice de mortalidade permanece elevado: em 2024, foram notificadas mais de 2.000 mortes por neoplasias malignas dessa região, a maioria no Sudeste do país. Embora predominem em homens acima de 40 anos, os casos vêm crescendo entre mulheres e jovens.

 

FATORES DE RISCO

O tabagismo é disparado o principal risco: 70% dos casos estão relacionados ao consumo do tabaco. O uso excessivo de álcool, especialmente em combinação com cigarro, potencializa a possibilidade de desenvolvimento da doença. 

Outros fatores incluem infecção pelo HPV Ð quando transmitido principalmente por sexo oral desprotegido Ð má higiene bucal, obesidade, exposição ocupacional a produtos químicos e radiação solar sem proteção adequada.

 

COMO PREVENIR

A prevenção primária depende fortemente de escolhas de hábitos, como não fumar ou abandonar o vício do cigarro; reduzir ou evitar o consumo de álcool; manter boa higiene bucal e alimentação saudável; utilizar preservativo durante sexo oral; vacinar-se contra o HPV (incluída no SUS para adolescentes e grupos de risco); usar protetor solar no rosto e no pescoço; realizar consultas periódicas ao dentista, que pode identificar lesões iniciais.

A detecção precoce aumenta significativamente a chance de cura, ultrapassando 80% quando o tumor é diagnosticado em estágio inicial. Por isso, qualquer sintoma persistente na região da cabeça ou do pescoço por mais de 15 dias requer avaliação médica especializada.

Diante de sintomas suspeitos, o paciente deve procurar dentista (em caso de lesões bucais, gengivas, língua); médico clínico-geral; otorrinolaringologista e cirurgião de cabeça e pescoço ou oncologista (caso seja confirmada malignidade).

 

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