Impacto Positivo

PIB do transporte é impactado por investimentos na infraestrutura de rodovias, aponta CNT

Editorial / 29 de Outubro de 2025 / 0 Comentários

investimentos privados em infraestrutura rodoviária têm resposta mais célere do que os públicos

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Os investimentos privados nas rodovias estão intimamente relacionados ao aumento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Ao menos é o que aponta uma análise inédita feita pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) sobre os efeitos dos valores destinados à infraestrutura rodoviária no desempenho do segmento.

A nova edição da Série Especial de Economia Ð Investimentos em Transporte, divulgada em agosto último, mostra que um aumento de 1% nos investimentos privados gera um crescimento imediato de 0,09% no PIB do setor, chegando ao pico de 0,17% em nove meses. Já os investimentos públicos, no mesmo patamar, resultam em uma expansão inicial de 0,02%, alcançando o pico de 0,15% após um ano e meio.

Nos últimos cinco anos, a média do PIB do setor de transporte, armazenagem e correio foi de R$ 312,02 bilhões. A média anual dos investimentos públicos federais em infraestrutura rodoviária foi de R$ 10,16 bilhões. Na prática, um aumento de 1% nesses aportes (R$ 101,60 milhões) teria impacto gradual: R$ 62,42 milhões no curto prazo e R$ 471,56 milhões após um ano e meio, segundo a CNT.

Já a média dos investimentos privados em rodovias entre 2020 e 2024 foi de R$ 11,45 bilhões. Um acréscimo de 1% nesse volume (R$ 114,49 milhões) produziria efeito mais imediato: R$ 295,64 milhões de impacto contemporâneo, chegando a R$ 545,60 milhões em apenas nove meses, compara a confederação.

A entidade ressalta ainda que os efeitos imediatos e os de longo prazo dos investimentos no PIB não se anulam, já que são cumulativos. “A cada trimestre, após a conclusão de uma obra rodoviária Ð seja pública ou privada Ð, esses recursos retornam à sociedade em forma de ganhos econômicos que se estendem por grande parte da vida útil da infraestrutura”, frisa a CNT.

A análise feita pela confederação mostra também que, embora apresentem desempenhos distintos, os dois tipos de investimentos são imprescindíveis e complementares, sendo que o privado tem retorno mais rápido, enquanto o público desempenha um papel crucial em regiões de menor interesse econômico para concessões. 

“Enquanto o setor público desempenha papel essencial na promoção de investimentos estruturantes, especialmente em áreas menos atrativas economicamente, o setor privado contribui com eficiência operacional, capacidade de execução e foco em metas de desempenho, como se observa nas rodovias concedidas. A articulação entre esses dois tipos de investimento permite alavancar recursos, otimizar resultados e ampliar os benefícios para a infraestrutura de transporte rodoviário”, resume o presidente do Sistema Transporte, Vander Costa.

 

PROTAGONISTA ECONÔMICO

De acordo com balanço da CNT, no ano passado, o transporte gerou R$ 366,26 bilhões em riqueza Ð o equivalente a 3,1% do PIB nacional e a 5,3% do PIB de serviços Ð, e, atualmente, emprega 2,88 milhões de trabalhadores, representando 6% dos empregos formais no país. O modal rodoviário é o principal, responsável por 65% do volume de mercadorias movimentadas e pela mobilidade de mais de 90% das pessoas.

Apesar da relevância econômica, a confederação chama a atenção para a precariedade das rodovias brasileiras: somente 12,4% da malha nacional é pavimentada, com densidade de 25,1 quilômetros para cada 1.000 quilômetros quadrados de área. Além disso, 67% da extensão avaliada pela CNT está em estado regular, ruim ou péssimo, conforme consta na Pesquisa CNT de Rodovias 2024.

“Ainda operamos com uma infraestrutura deficiente e desigual. Investir nesse setor não significa apenas aprimorar a malha logística, mas impulsionar o crescimento econômico sustentável. Tanto os recursos públicos quanto os privados são indispensáveis e, quanto mais bem-direcionados, mais rápido e expressivo será o impacto no PIB do transporte e na competitividade do Brasil”, avalia a diretora-executiva interina da CNT, Fernanda Rezende.

A entidade estima que seriam necessários R$ 99,77 bilhões para recuperar, restaurar e manter a malha avaliada. Sem esse aporte, o setor segue limitado em competitividade e na capacidade de impulsionar o crescimento econômico, conclui a confederação. (Com a Agência CNT Transporte Atual)

 

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