Novos parâmetros

Pressão arterial 12 por 8 passa a ser considerada indicador de pré-hipertensão no país

Saúde / 11 de Dezembro de 2025 / 0 Comentários

A pressão arterial 12 por 8, considerada normal nos últimos anos, agora é classificada como um indicador de pré-hipertensão, conforme atualização estabelecida por um documento assinado em conjunto pelas sociedades brasileiras de Cardiologia, de Nefrologia

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A pressão arterial 12 por 8, considerada normal nos últimos anos, agora é classificada como um indicador de pré-hipertensão, conforme atualização estabelecida por um documento assinado em conjunto pelas sociedades brasileiras de Cardiologia, de Nefrologia e de Hipertensão. O objetivo da mudança, anunciada em setembro último, é identificar de maneira precoce pessoas em risco e incentivar intervenções proativas e não medicamentosas, a fim de prevenir a evolução do quadro.

Valores iguais ou superiores a 14 por 9 permanecem sendo considerados quadros de hipertensão em estágios 1, 2 e 3, a depender da aferição feita pelo profissional de saúde em consultório, de acordo com a Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial 2025. 

 

A Sociedade Brasileira de Cardiologia informou que o documento é fundamental para orientar a prática clínica de cardiologistas em todo o país. “Atualização essencial para quem busca fazer medicina baseada em evidências e alinhada às recomendações mais recentes”, publicou a entidade.

 

Perigo

A hipertensão arterial, ou pressão alta, como é popularmente conhecida, é uma doença silenciosa, responsável por provocar o enrijecimento das paredes das artérias e afetar órgãos vitais. A enfermidade está entre as principais causas de complicações cardiovasculares e costuma ser assintomática até atingir estágios avançados. 

 

Um estudo do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), vinculado ao Ministério da Saúde, mostra que pessoas com 60 anos ou mais apresentam maior propensão a desenvolver essa condição.

Dados obtidos por meio da pesquisa da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada em 2023, apontam que cerca de 30% da população adulta brasileira vive com hipertensão. O levantamento revela ainda que, nas capitais do país, as mulheres são a maioria dos pacientes, com 29,3% dos diagnósticos, enquanto os homens correspondem a 26,4%.

 

Segundo especialistas, a hipertensão é uma patologia sistêmica, capaz de comprometer diferentes órgãos. No coração, por exemplo, pode provocar o aumento do tamanho do órgão (hipertrofia) e, posteriormente, levar ao enfraquecimento da musculatura, resultando em insuficiência cardíaca. Além disso, a doença é considerada o principal fator de risco para infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal, que pode evoluir para a necessidade de hemodiálise.

Apesar de ser silenciosa, a enfermidade pode apresentar alguns sinais de alerta, de acordo com a cardiologista Poliana Requião, professora do Instituto de Educação Médica (Idomed). “Dor de cabeça, náuseas, tontura, falta de ar, intolerância ao exercício, alterações visuais ou até disfunções eréteis podem surgir como sintomas”, alerta. “Se tem antecedente familiar de hipertensão, deve-se redobrar os cuidados”, acrescenta a médica.

Cuidados

Uma medida simples que pode identificar a hipertensão de maneira precoce, possibilitando a investigação adequada e prevenindo complicações, é a aferição regular da pressão arterial.

Para aqueles que já receberam o diagnóstico da doença, mudanças de estilo de vida, visitas ambulatoriais regulares e uso correto da medicação são fundamentais para evitar complicações mais graves, como infarto, AVC ou insuficiência renal, segundo Poliana.

Do ponto de vista nutricional, o consumo adequado de frutas, verduras, legumes, produtos lácteos com baixo teor de gordura, cereais integrais, peixes, aves, castanhas, amêndoas e nozes também é um aliado importante dos pacientes hipertensos. (Com a Agência Brasil)

 

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