Novos remédios para dermatite
Medicamentos para quem tem resistência a corticoides no tratamento de dermatite atópica serão ofertados gratuitamente

Doença causa inflamação na pele, provocando lesões e coceira
Pacientes com dermatite atópica poderão fazer o tratamento completo da doença pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que passará a oferecer três novos medicamentos, usados desde as fases iniciais até quadros mais graves. Serão duas pomadas e um fármaco oral - tacrolimo e furoato de mometasona, e metotrexato, respectivamente.
Os medicamentos de uso tópico estarão disponíveis para quem não pode utilizar corticoides ou apresenta resistência aos tratamentos até então disponíveis. Já o oral será prescrito a pessoas com a forma grave da patologia, principalmente aquelas que não podem utilizar a ciclosporina, já ofertado na rede pública.
Crônica, a dermatite atópica é uma doença que causa inflamação na pele, provocando lesões e coceiras intensas, dependendo da gravidade. Embora não seja contagiosa, a condição, que é genética, impõe aos pacientes um desafio extra: o preconceito. “Estamos falando de uma doença que acomete, muitas vezes, crianças em idade escolar, que podem deixar de ir às aulas por isso”, pondera a secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Sectics), Fernanda De Negri.
A patologia afeta sobretudo as dobras do corpo, como a parte frontal dos cotovelos, atrás dos joelhos e o pescoço. É uma das formas mais comuns de eczema, prevalente na infância, embora também possa surgir na adolescência ou na fase adulta. Em crianças pequenas, uma área frequentemente acometida é o rosto.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, cerca de 70% das crianças que apresentam a doença na infância evoluem com remissão na adolescência, embora alguns casos permaneçam até a vida adulta. O surgimento da dermatose em adultos é menos comum.
CENÁRIO ATUAL
Atualmente, o SUS disponibiliza três opções de cuidados a quem tem dermatite atópica: duas pomadas de potência leve - a dexametasona creme (1 mg/g) e o acetato de hidrocortisona creme (10 mg/g - 1%) - e a ciclosporina, uma opção oral.
Do ano passado para cá, mais de mil atendimentos hospitalares e de 500 mil ambulatoriais relacionados à doença foram prestados na rede pública de saúde em todo o país, incluindo consultas especializadas, exames e prescrição de medicamentos.
Como a patologia não tem cura, o objetivo do tratamento é reduzir os sintomas, prevenir complicações, tratar infecções quando presentes, minimizar os riscos e restaurar a integridade da pele. Na maioria dos pacientes com a forma leve da doença, os resultados positivos são alcançados apenas com o uso de terapias tópicas, que inclui hidratantes e emolientes, adaptações nos banhos, fototerapia, curativos/bandagens e uma terapia com foco na reversão de hábitos. Já nos casos moderados ou graves, o tratamento envolve também medicamentos como corticoides, comprimidos e soluções orais.
Para se ter acesso ao tratamento já oferecido no SUS, é necessário procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência. A partir da avaliação clínica, se há necessidade, é feito o encaminhamento para consulta com especialista pra diagnóstico preciso e definição da conduta terapêutica. (Com a Agência Brasil)
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