TRÊS VIDAS SALVAS

Uma bolsa de sangue doada pode salvar até três pessoas, segundo a OMS. Campanhas buscam manter e atrair doadores no país.

Editorial / 29 de Outubro de 2025 / 0 Comentários

Saúde do doador não é comprometida pelo gesto solidário

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O número de bolsas de sangue coletadas no Brasil aumentou 1,9% nos últimos dois anos, saltando de 3,25 milhões em 2023 para 3,31 milhões no ano passado. O mesmo movimento foi observado em Minas, que registrou 317.686 coletas no ano retrasado e 318.335 em 2024, segundo o Ministério da Saúde. Entre janeiro e maio deste ano, foram contabilizadas 830 mil bolsas de sangue em todo o país, sendo 78 mil delas no estado.

Embora esses números coloquem o território brasileiro dentro do parâmetro recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), campanhas em prol da doação são realizadas anualmente.

Neste ano, a ação promovida pelo governo federal chamou a atenção para um dado apresentado pela OMS: uma única doação é capaz de salvar até três vidas. Isso ocorre porque o sangue doado é separado em componentes distintos Ð concentrado de hemácias (CH), concentrado de plaquetas (CP), plasma fresco congelado (PFC) e crioprecipitado (CRIO) Ð, que podem ser utilizados em diferentes tratamentos.

Mas, mesmo se tratando de um gesto simples e sem riscos, não raramente os hemocentros estaduais alertam para o baixo estoque de bolsas de um ou mais tipos sanguíneos. No ano passado, por exemplo, apesar do avanço, somente 1,6% da população doou sangue no país, de acordo com o Ministério da Saúde. 

“O sangue não possui substitutos artificiais e é essencial para o tratamento de doenças crônicas que frequentemente demandam transfusões sanguíneas e intervenções médicas”, salientou a pasta, citando casos como transplantes e procedimentos oncológicos.

A OMS também reforçou a importância do ato solidário e da manutenção regular dele. “Qualquer pessoa, em qualquer lugar, que precise de uma transfusão deve ter acesso oportuno a sangue seguro. No entanto, em muitos casos, especialmente em emergências ou quando sistemas de doação ainda estão em desenvolvimento, a demanda frequentemente supera a oferta”, alertou a OMS.

 

COMO FAZER

Para ser um doador, é necessário ter, no mínimo, 16 e, no máximo, 69 anos de idade, sendo que menores de 18 precisam da autorização de um responsável legal. Também são requisitos: pesar ao menos 50 kg, estar bem de saúde, não estar em jejum e apresentar documento original com foto.

O Ministério da Saúde reforça ainda a importância de a população buscar informação e ajudar a combater os mitos que ainda rodeiam a doação de sangue. Entre os mais comuns estão os de que a mulher não pode doar durante o período menstrual; de que a doação engrossa ou afina o sangue; de que o doador engorda ou emagrece; e de que a quantidade de sangue coletada afeta a saúde.

A relação de todos os hemocentros do país, agrupados por região, pode ser consultada pelo site do Ministério da Saúde: https://encurtador.com.br/fMIZW.


 

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