Após três leilões frustrados, o contrato para duplicação da BR-381 foi, enfim, assinado. A cerimônia no Palácio do Planalto aconteceu no dia 22 de janeiro e contou com a presença de diversas autoridades. O grupo vencedor foi o 4UM Investimentos, que vai destinar R$ 9,3 bilhões para melhorias na rodovia que liga Belo Horizonte a Governador Valadares, um trecho de 303,4 quilômetros.
O certame foi organizado pelo Ministério dos Transportes em agosto do ano passado. O grupo 4UM criou a Concessionária Nova 381 para administrar e manter a rodovia. Dois lotes ficarão a cargo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), com investimentos de R$ 1 bilhão.
Pelos desafios nas obras da BR-381, o governo federal neste leilão abriu mão da outorga, que é o percentual que o próprio governo recebe ao conceder a rodovia para a iniciativa privada. O objetivo é baratear o pedágio e possibilitar, neste caso, o investimento na execução das obras.
Segundo informações do Ministério dos Transportes, a rodovia foi a leilão em 29 de agosto de 2024, tendo como critério a proposta com menor tarifa de pedágio. Agora, cabe à nova concessionária aplicar os recursos previstos para serviços de manutenção e obras estruturantes. Entre elas estão a finalização de 100 km de duplicação, correção de traçado, criação de áreas de escape, criação de pontos de parada e descanso para caminhoneiros, construção de passarela para pedestres, manutenção da estrada por 30 anos, entre outras.
A concessionária Nova 381 anunciou que vai oferecer pedágio gratuito no primeiro ano e, na sequência, desconto para usuários frequentes e opção de pagamento automático.
História
A BR-381 foi construída na década de 1960. Ela começa em São Mateus, no Espírito Santo, e segue até a cidade de São Paulo. Por cortar Minas Gerais passando pela capital, se tornou um importante corredor logístico para escoamento da indústria. Somente o trecho privatizado abrange 13 cidades que estão às margens da rodovia e outras que ficam bem perto. O resultado é um tráfego médio diário de 24,7 mil veículos.
Ao longo dos anos, com aumento do tráfego nos trechos de muitas curvas em pista simples, a rodovia ganhou o apelido de Rodovia da Morte devido ao alto índice de acidentes no trecho entre Belo Horizonte e João Monlevade.
Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) mostram que, entre 2018 e 2023, houve 3.960 ocorrências de trânsito no trecho, com mais de 420 mortes. (Com Agência Brasil)