Descaso resulta 
em tragédia

Ponte que desabou e matou 15 pessoas denuncia situação degradante da via

Estradas / 04 de Fevereiro de 2025 / 0 Comentários

Uma ponte inteira desabou no fim de 2024, deixando mais de 15 pessoas mortas e municípios praticamente isolados. A ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na BR-226, liga os Estados de Tocantins e Maranhão por meio das cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estr

A- A A+

Uma ponte inteira desabou no fim de 2024, deixando mais de 15 pessoas mortas e municípios praticamente isolados. A ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na BR-226, liga os Estados de Tocantins e Maranhão por meio das cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA) e passa sobre o Rio Tocantins. Jornais da região denunciam que as condições da ponte estavam degradantes, e várias denúncias já haviam sido feitas aos órgãos responsáveis. 

A Polícia Rodoviária Federal informou que o colapso aconteceu por volta das 14h50 do dia 22 de dezembro. Imediatamente, servidores do Corpo de Bombeiros dos dois Estados iniciaram buscas no rio por pessoas desaparecidas. 
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) abriu uma sindicância para investigar as causas e a responsabilidade pelo acidente. A estrutura tem 533 m de extensão e cedeu no vão central. 
A profundidade do rio na altura da ponte é acima de 50 m. Sem a ligação entre os dois Estados, a Polícia Rodoviária Federal tem orientado os motoristas que estiverem do lado do Tocantins a acessarem a estrada que liga Darcinópolis e Luzinópolis. Já quem chega pelo Maranhão deve acessar a BR-226 em Estreito até Porto Franco, seguindo até Imperatriz pela BR-010.
Uma força-tarefa foi montada para fazer buscas e resgates no Rio Tocantins. Segundo o Comando do 4º Distrito Naval da Marinha, uma equipe de mergulhadores trabalha para identificar e marcar os pontos importantes de exploração da área. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) acionou as empresas responsáveis pela manutenção da BR-226, que estão mobilizadas para atender as exigências da Marinha do Brasil na execução dos acessos e do atracadouro necessários para as operações com balsas. O objetivo é que as balsas façam o tráfego entre os dois Estados pelo rio, garantindo a passagem de carros de passeio, ambulâncias e caminhonetes.
As imagens que circulam na internet mostram um caminhão praticamente sendo engolido pela ponte no momento do desabamento. Ele foi identificado como um caminhão-tanque carregado com ácido sulfúrico e defensivos agrícolas, mas não estava sozinho. Outros dois caminhões semelhantes e com a mesma carga também caíram da ponte.
A água do rio está sendo monitorada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) em parceria com outros órgãos ambientais. Até o fechamento desta edição, os órgãos haviam confirmado a ausência de alteração significativa na qualidade da água.
As empresas responsáveis pelas cargas foram notificadas para retirar as substâncias submersas e auxiliar no monitoramento da água e de um possível vazamento. O Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg) se solidarizou com as empresas de transporte que tiveram motoristas vitimados pela queda da ponte, além do prejuízo da carga e do bem. O Setcemg contesta que as empresas tenham a responsabilidade de remover os caminhões e as cargas.
O Ministério dos Transportes informou que a empresa responsável pelas obras de reconstrução já foi contratada em caráter emergencial, e o investimento previsto é de R$171 milhões. A previsão é que sejam concluídas em dezembro deste ano. (Com Agência Brasil)

 

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião de Revista Entrevias. É vedada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. Revista Entrevias poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.