Falta cinto´ sobra risco

Levantamento revela que 12% das pessoas não usam equipamento de segurança nos bancos da frente, e 34% o ignoram no banco de trás

Editorial / 09 de Junho de 2025 / 0 Comentários

uso do cinto de segurança é obrigatório no país há quase 30 anos

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O uso do cinto de segurança - tanto nos bancos da frente quanto no de trás - é obrigatório no Brasil desde 1997, mas, quase três décadas depois, uma parcela significativa da população insiste em desrespeitar a legislação de trânsito e arriscar a própria vida. Foi o que revelou um levantamento da Eixo SP Concessionária de Rodovias, que coletou dados em 2024 e no recesso prolongado do Carnaval deste ano.

De acordo com o estudo, em média, 12% dos motoristas e passageiros e 34% dos ocupantes que vão atrás não utilizam o cinto. “Muitas pessoas acreditam que, em trajetos curtos ou no banco de trás, o cinto não é necessário, mas isso é um engano perigoso. Em uma colisão, a falta do equipamento pode ser fatal até mesmo em baixas velocidades”, frisa a coordenadora de segurança viária da Eixo SP, Viviane Riveli de Carvalho. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso correto do cinto reduz em até 50% o risco de morte em colisões. No caso dos passageiros que estão no banco de trás, além de se colocarem em risco ao não utilizarem o equipamento, eles podem agravar a situação de quem está na frente. 

Dados da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) mostram que não usar o cinto no banco traseiro aumenta em cinco vezes o risco de morte para os ocupantes da frente, já que, em uma colisão, as pessoas desprotegidas são arremessadas contra os demais ocupantes do veículo.

 

METODOLOGIA

O levantamento da Eixo SP consistiu na observação de mais de 8.000 veículos em maio do ano passado, a mesma quantidade em outubro e cerca de 7.000 em março último. Para isso, equipes da concessionária permaneceram em pontos estratégicos nas praças de pedágio instaladas ao longo do trecho concedido observando e anotando o uso e a ausência do equipamento de segurança entre os ocupantes dos veículos.

Além de identificar um cenário preocupante, a concessionária constatou que, em alguns locais, a negligência foi superior à média geral. Na praça de pedágio de Oriente, por exemplo, 60% dos passageiros do banco de trás viajavam sem cinto de segurança (considerando os três levantamentos). 

Altos índices de imprudência também foram observados nas praças de Piracicaba (51%), Torrinha (51%), Paraguaçu Paulista (50%) e Cabrália Paulista (41%). Já a ausência do uso por passageiros do banco da frente foi maior, em média, nas praças de Cabrália Paulista (20%) e Torrinha (20%), conforme divulgado pela Eixo SP.

Não utilizar o cinto de segurança é considerado uma infração grave, com multa de R$195,23 e soma de cinco pontos na carteira de habilitação. “O condutor do veículo não deve seguir viagem enquanto todos não estiverem devidamente protegidos. Não é apenas uma questão de multa, mas de preservar a vida. O cinto de segurança é a forma mais eficaz de se proteger em um acidente”, ressalta Viviane. 

De acordo com a coordenadora de segurança viária, os resultados do levantamento reforçam a necessidade de campanhas de conscientização sobre a importância do uso do cinto de segurança. “Esse simples ato pode ser a diferença entre a vida e a morte em um acidente. Portanto, é essencial que todos adotem essa prática como parte indispensável da rotina ao entrar em um veículo. Afinal, prevenir é sempre o melhor caminho”, conclui.

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