Impactos do clima
Emergência climática atinge saúde e merece atenção

Poluição e emissão de gases do efeito estufa são um dos fatores de risco para aumento da temperatura global
As mudanças climáticas têm provocado impactos significativos na saúde pública, exigindo atenção e ações coordenadas para mitigar seus efeitos. Especialistas alertam que eventos climáticos extremos, como ondas de calor, inundações e secas, estão associados ao aumento de doenças respiratórias, cardiovasculares e infecciosas.
Em 2023, durante o encontro do G20, ministros da Saúde de diversos países alertaram que as mudanças climáticas vão gerar muitas emergências sanitárias ao redor do mundo, destacando a necessidade de fortalecer os sistemas de vigilância e a cooperação internacional para enfrentar esses desafios.
Março foi um mês para refletir sobre os impactos na saúde pública. No dia 16, foi comemorado o Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas e, neste ano, será realizada no Brasil a COP 30, que é a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas. Para especialistas, o momento é propício pra alertar para o assunto, já que doenças respiratórias e infecciosas exigem atenção e ações imediatas.
Chuvas intensas seguidas por altas temperaturas, por exemplo, criam condições ideais para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, zika e chikungunya. Além disso, doenças como febre amarela, malária e leishmaniose têm expandido sua área de ocorrência devido às mudanças nos padrões climáticos.
“O mosquito se reproduz em pequenas quantidades de água limpa e parada, e seus ovos podem resistir ao ressecamento entre as estações chuvosas. Os desastres naturais aumentam a oferta de criadouros devido ao acúmulo de entulhos e reservatórios de água estagnada”, disse a infectologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), Moara Santa Bárbara, em reportagem publicada pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
Segundo informações do Ministério da Saúde, a queima de combustíveis fósseis libera poluentes que agravam condições respiratórias como asma e bronquite crônica. Ondas de calor extremo também aumentam a demanda por oxigênio, desafiando indivíduos com doenças respiratórias pré-existentes.
Além das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, retornam enfermidades causadas por vetores como mosquitos e carrapatos, a exemplo de febre amarela, malária, leishmaniose, filariose e febre maculosa. Especialistas apontam que essas danças estão expandindo a área de abrangência nos últimos anos, com casos em localidades onde antes eram raras ou até inexistentes.
O Ministério da Saúde destaca que as mudanças climáticas causam impactos como doenças relacionadas ao calor, problemas na segurança alimentar e nutricional, doenças respiratórias, doenças transmitidas por vetores e transtornos de saúde mental. O órgão destaca que crianças, idosos, gestantes, pessoas com deficiência e pessoas com doenças crônicas são mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas.
A estimativa é que, até 2030, as mudanças climáticas poderão causar cerca de 250 mil mortes por ano devido, principalmente, a doenças respiratórias. Queimadas, queima de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás e a liberação de gases como dióxido de carbono, monóxido de carbono e óxidos de nitrogênio são determinantes fatores de risco.
Entre as recomendações para mitigar os efeitos das mudanças climáticas na saúde estão: manter a carteira de vacinação atualizada; adotar hábitos saudáveis de alimentação e atividade física; beber água em proporção de um litro para cada 20 kg de peso corporal; priorizar noites de sono adequadas; evitar fumar, consumir álcool ou drogas; controlar condições emocionais e psiquiátricas buscando ajuda profissional; e monitorar comorbidades, como hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares.
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