Ação conjunta pela neurodiversidade

Bloco parlamentar é criado no Paraná e proposto na Câmara Federal para promover conhecimento e legislações específicas pra pessoas com autismo, TDAH e dislexia

Política / 02 de Junho de 2023 / 0 Comentários

Duas frentes importantes de trabalho estão sendo criadas em diferentes níveis do Legislativo brasileiro e pretendem discutir sobre um tema muito atual: a neurodiversidade.

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Duas frentes importantes de trabalho estão sendo criadas em diferentes níveis do Legislativo brasileiro e pretendem discutir sobre um tema muito atual: a neurodiversidade. No Paraná, o deputado Alisson Wandscheer (PROS) propôs a criação e é líder do Bloco Parlamentar Temático da Neurodiversidade na Assembleia Legislativa do Estado. Em Brasília, na Câmara Federal, o pai dele, Toninho Wandscheer (PP), entrou com pedido de criação da Frente Parlamentar da Neurodiversidade.

Nas duas esferas, o objetivo é o mesmo: promover conhecimento e legislações que tratem do autismo, do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e dislexia, principalmente. “Precisamos promover ao máximo as informações sobre a neurodiversidade, pois, quanto mais conhecimento as pessoas tiverem acerca das particularidades do autismo, do TDAH e da dislexia, maiores serão as chances de inclusão e entendimento”, afirma o deputado estadual Alisson Wandscheer.
 
Ele explica que o conceito de neurodiversidade aponta que “a mente pode funcionar de diversas maneiras e que essas diferenças são apenas variações naturais do cérebro humano”. Segundo informações da plataforma Politize!, o termo neurodiversidade existe desde os anos 90 e foi conceituado pela socióloga australiana Judy Singer, portadora do transtorno de espectro autista. “A neurodiversidade entende que olhar as diferenças neurocognitivas por meio de uma lente de potencialidades, ao invés de deficiências, pode ser muito benéfico para a sociedade”, descreve o site.
 
Estimativas apontam que cerca de 15% a 20% da população mundial possui algum tipo de condição neurocognitiva, relativa ao desenvolvimento neural, de funcionamento e aprendizado.
 
A primeira frente do bloco parlamentar no Paraná é o diálogo. Segundo Alisson, que tem um filho de 16 anos com autismo, estão sendo programadas atividades com pessoas e entidades envolvidas com o tema, como diagnóstico, tratamento, educação, assistência e rede de apoio. “Com muito diálogo e participação, será possível elaborar e apresentar políticas públicas mais eficazes. Esse é o nosso objetivo, é o meu e é o dos colegas deputados que integram o bloco e também têm afinidade com essas pautas”, afirma o parlamentar. Além de Alisson, fazem parte os deputados Thiago Bührer (PSD), Matheus Vermelho (PP), Marcio Pacheco (REP), Samuel Dantas (PROS) e Flávia Francischini (União).
 
Pessoas consideradas neurodivergentes podem ter variações cognitivas como transtorno de déficit de atenção com hiperatividade; autismo (espectro de transtornos que geralmente se manifestam em dificuldades no convívio social, comportamento repetitivo e, em alguns casos, ansiedade e TDAH) e dislexia (transtorno de aprendizagem que dificulta a leitura e a escrita).
 
A classificação do autismo teve alterações ao longo dos anos. Hoje, chamado Transtorno do Espectro Autista (TEA), ele engloba níveis leves, moderados ou severos. No Brasil, a estimativa é que 2 milhões de pessoas vivam com essa condição.
 
Federal
 
Em Brasília, o deputado Toninho Wandscheer está propondo a criação da Frente Parlamentar da Neurodiversidade. “O setor da neurodiversidade precisa de representatividade, e essa frente parlamentar ajudará a promover uma sociedade mais inclusiva, respeitosa e justa para todas as pessoas, garantindo o acesso igualitário a políticas públicas e recursos, conforme suas diferenças neurológicas”, diz o parlamentar.
 
No caso da frente em âmbito federal, um dos objetivos é atuar em conjunto com os Estados. “Quando atuamos juntos, a visibilidade se multiplica, e o entendimento chega. É preciso termos a união de todos para que a neurodiversidade siga avançando”, pontua Toninho. A proposta de criação da frente foi enviada à Câmara em abril.
 
Curiosidade
 
Você sabia que os cordões de quebra-cabeça e/ou girassol são usados para identificar pessoas com autismo ou deficiência não aparente? O cordão de girassol já é reconhecido internacionalmente e aceito em aeroportos e portos de todo o mundo. Ele serve para identificar uma pessoa que tem uma deficiência oculta, não aparente, mas que pode precisar de auxílio para amenizar situações de alto estresse, como filas e atrasos.
 
No caso da fita com quebra-cabeça colorido, ela serve para identificar pessoas com Transtorno de Espectro Autista. Ajuda nos mesmos casos: quando a família precisa usar um serviço prioritário e evitar que haja uma crise da pessoa com autismo. Se você vir uma pessoa usando uma dessas fitas ou até mesmo as duas juntas, dê lugar, deixe passar e fique atento para chamar alguém do estabelecimento porque ela pode precisar de ajuda.

 

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