Alerta para a febre maculosa

País vive período crítico da transmissão da doença, que vai de junho a novembro. Saiba quais são as formas de proteção.

Saúde / 30 de Agosto de 2023 / 0 Comentários

Em apenas uma semana, quatro pessoas que estiveram em uma fazenda em Campinas, no interior de São Paulo, morreram em decorrência de complicações da febre maculosa em junho último.

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Em apenas uma semana, quatro pessoas que estiveram em uma fazenda em Campinas, no interior de São Paulo, morreram em decorrência de complicações da febre maculosa em junho último. Os episódios acenderam o alerta para a doença infecciosa em todo o Brasil. 

Causada por uma bactéria do gênero Rickettsia e transmitida pela picada de um carrapato infectado - sobretudo o carrapato-estrela -, a patologia pode se manifestar de formas leves até as mais severas, provocando hemorragias e comprometendo vários órgãos.

Atualmente, o Brasil vive o período mais crítico de transmissão, que vai de junho a novembro, e é no Sudeste que se concentra o maior número de casos. De 1º de janeiro a 14 de junho deste ano, das 53 notificações feitas em todo o território nacional, 30 eram da região. Nos últimos dez anos, foram confirmados 2.059 pacientes no país, sendo que 1.292 deles viviam nessa área, conforme foi apontado pelo Ministério da Saúde.

“As pessoas precisam ter cuidado ao entrarem em região de mata, de gramado, com gramas altas, fazendas, trilhas ecológicas. Existem regiões em que a doença é sabidamente frequente, como em Campinas, onde a febre maculosa é muito comum, já que há muitas capivaras. Esses carrapatos gostam de animais de sangue quente”, alerta a infectologista e epidemiologista Gerusa Figueiredo.

Entre os sintomas mais comuns da enfermidade estão febre, dor no corpo, dor de cabeça e manchas avermelhadas. Por eles serem facilmente confundidos com os da dengue e da leptospirose, a orientação é que o paciente com suspeita informe na unidade de saúde que esteve em região de risco ou com incidência de carrapatos. 
“Para o indivíduo adoecer, é necessário que se tenha contato com esse carrapato por um período mais prolongado, de quatro a dez horas, para que possa ocorrer a transmissão dessa bactéria pela picada do carrapato”, explica a infectologista e professora do curso de medicina da Universidade Santo Amaro (Unisa), Sandra Gomes de Barros.

Os primeiros sinais tendem a surgir entre dois e 14 dias após a picada do aracnídeo infectado, e, de acordo com especialistas, é fundamental que o serviço médico seja procurado rapidamente.

Prevenção
Por se tratar de uma doença transmitida somente pela picada do carrapato, e não de pessoa para pessoa, a melhor maneira de se evitar a contaminação é não frequentar áreas com exposição ao transmissor ou adotar algumas medidas quando visitar áreas silvestres, de mata, fazendas, trilhas ecológicas ou de vegetação alta.

O Ministério da Saúde recomenda a utilização de roupas claras, que ajudam a identificar mais rapidamente a presença do carrapato; bem como o uso de calças e blusas com mangas compridas e botas. Outra dica é prender a barra da calça com fita adesiva.

A pasta também orienta a aplicação de repelentes, principalmente os que têm como princípio ativo DEET, IR3535 e Icaridina. Outra medida importante é cuidar para que não apareçam carrapatos nos animais de estimação.

Caso a pessoa encontre carrapatos presos ao corpo, é importante que a remoção seja feita com uma pinça, e não com os dedos. “Não aperte ou esmague o carrapato, mas puxe com cuidado e firmeza. Depois de removê-lo inteiro, lave a área da mordida com álcool ou sabão e água. Quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair a doença”, informou o Ministério da Saúde.

Após o uso, todas as peças de roupas devem ser colocadas em água fervente para a retirada dos aracnídeos que transmitem a febre maculosa. (Com a Agência Brasil)

 

 


 

 

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