Alerta para o pré-AVC

Ataque Isquêmico Transitório (AIT) é grave e denuncia a possível chegada de um acidente vascular mais grave

Saúde / 02 de Fevereiro de 2023 / 0 Comentários

Antes de ocorrer um acidente vascular cerebral, é importante ficar atento a um outro tipo de ataque considerado pré-AVC. Saiba mais!

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Antes de ocorrer um acidente vascular cerebral, é importante ficar atento a um outro tipo de ataque considerado pré-AVC. No início de dezembro, o comediante Renato Aragão foi internado às pressas vítima de um Ataque Isquêmico Transitório (AIT). Um risco que poucos conheciam até então, mas que representa um alerta para um iminente de um acidente mais grave.

 


O chamado AIT é considerado pela medicina um AVC que parou antes de causar danos maiores e permanentes ao cérebro. Ele para de evoluir de repente. O problema, segundo especialistas, é que ele tem um risco alto de voltar e causar danos nas 48 a 72 horas depois. A explicação é da presidente da Rede Brasil AVC e da Organização Mundial de AVC, a neurologista Sheila Cristina Ouriques Martins.

Em ambos os casos – AIT e AVC –, um coágulo ou placa de gordura chega aos vasos sanguíneos que irrigam o cérebro e causa entupimento. As células daquela região cerebral, então, param de trabalhar. Os sintomas mais imediatos em ambos os casos são paralisia de um lado do corpo, dificuldade de fala e de compreensão, tontura e perda da visão em alguns casos.

Já no caso do AIT, o coágulo se dissolve ou se desloca em tempo mais curto, fazendo com que o acidente vascular seja mais brando por um tempo e não deixe sequelas imediatas. Segundo a neurologista, é perigoso, no entanto, achar que não há preocupação com o AIT após o fim dos sintomas.

Segundo Sheila Martins, o AIT é um alerta de que alguma coisa não está bem. “É também uma chance de fazer o tratamento rápido e não ter um AVC”, afirma. Ela compara à angina que ocorre no coração, em que o paciente tem uma dor no peito, melhora, mas é sinal de que existe ali um vaso entupido ou semientupido que pode evoluir para um infarto.

“É um sinal de alto risco se não houver tratamento. E a chance maior de ter um AVC é nos primeiros três dias. Por isso, deve-se ir ao hospital no mesmo dia e ser atendido com urgência”, diz a médica. O paciente, segundo ela, deve ser internado para passar por exames e iniciar tratamentos preventivos.

O mesmo disse o pesquisador do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, o neurologista Gabriel de Freitas, em entrevista à Agência Brasil. Segundo ele, é preciso buscar atendimento médico urgente porque o trabalho de investigação das causas do AIT deve começar rapidamente para prevenir o risco de uma isquemia mais grave.

Ele explica que os médicos vão identificar a fonte do coágulo ou da placa de gordura. Assim, inicia o tratamento preventivo aplicando medicações que afinam o sangue e reduzem o colesterol. “Quando o AIT acontece, o paciente está ganhando uma oportunidade de se proteger”, afirma Freitas.

De acordo com dados da Rede Brasil AVC, 90% dos casos de acidente vascular cerebral são evitáveis. O envelhecimento e fatores genéticos podem aumentar os riscos, mas questões de saúde como hipertensão, diabetes e depressão podem ser tratadas para reduzir as chances de sofrer uma isquemia.

Outras formas de prevenção são parar de fumar, não abusar do álcool, praticar atividades físicas, reduzir o consumo de açúcar, sais e gorduras e controlar o excesso de peso.

Os sinais mais comuns de que uma pessoa pode estar sofrendo um AVC ou um AIT são: fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo; confusão mental, alteração na fala ou na compreensão; alteração na visão, no equilíbrio, na coordenação, no andar; sentir tontura e dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente. A dor de cabeça intensa é mais comum nos casos de AVC hemorrágico.

Além do AIT, existem dois tipos de acidente vascular cerebral: o isquêmico, quando há entupimento da artéria e falta sangue em alguma parte do cérebro; e o hemorrágico, quando o vaso sanguíneo se rompe e o sangue é derramado sobre o tecido cerebral. O isquêmico é mais comum e corresponde a cerca de 85% dos casos. (Com Agência Brasil)

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