Alimentação contra a morte súbita

Pesquisador da Embrapa afirma que se alimentar de frutas e verduras na quantidade mínima reduz em 16% o risco de morte repentina

Saúde / 01 de Dezembro de 2014 / 0 Comentários
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Frutas e verduras são sinônimo de saúde e reduzem as chances de so­frer uma morte súbita. Recentemen­te, o engenheiro agrônomo João Pratagil Pereira do Araújo, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Em­brapa), destacou durante a 21ª Semana Internacional de Fruticultura, Floricultura e Agroindústria, em Fortaleza, no Ceará, a importância de uma alimentação saudável e de qualidade.

Segundo ele, mais de 98 milhões de brasileiros sofrem com excesso de peso, e os perigos da obesidade são vários. A má alimentação está diretamente associada, uma vez que a população está comendo uma quantidade muito menor de frutas e hortaliças do que o recomendado por ór­gãos internacionais de saúde.

A cada ano, o Sistema Único de Saú­de (SUS) gasta cerca de R$ 2 bilhões com internações e procedimento ambulatoriais relacionados ao excesso de peso e à obesi­dade. Na outra ponta, um dado alarmante: apenas 14% dos homens e 18% das mu­lheres em idade adulta consomem cinco ou mais porções de frutas, verduras e saladas por dia.

SAIBA QUAIS SÃO OS DIFERENTES TIPOS DE ALIMENTOS​

 ALIMENTOS IN NATURA: essencialmente partes de plantas ou  de animais. Ex.: carnes, verduras, legumes e frutas.

 

ALIMENTOS MINIMAMENTE PROCESSADOS: quando submetidos a processos que não envolvam acréscimo de substâncias ao alimento original, como limpeza, moagem e pasteurização. Ex.: arroz, feijão, lentilhas, cogumelos, frutas secas e sucos de frutas sem adição de açúcar ou outras substâncias; castanhas e nozes sem sal ou açúcar; farinhas de mandioca, de milho, de tapioca ou de trigo e massas frescas.

 ALIMENTOS PROCESSADOS: são fabricados pela indústria  com a adição de sal ou açúcar para torná-los duráveis e mais  palatáveis e atraentes. Ex.: conservas em salmoura (cenoura, pepino, ervilhas, palmito); compotas de frutas; carnes salgadas e defumadas; sardinha e atum enlatados, queijos e pães.

 ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS: são formulações  industriais, em geral, com pouco ou nenhum alimento inteiro.  Contém aditivos. Ex.: salsichas, biscoitos, geleias, sorvetes, chocolates, molhos, misturas para bolo, “barras energéticas”, sopas, macarrão e temperos “instantâneos”, “chips”, refrigerantes, produtos congelados e prontos para aquecimento como massas, pizzas, hambúrgueres e nuggets.

Para ele, o governo precisa apoiar uma readequação dos hábitos alimentares da população. "Trata-se de uma questão de saúde pública. Além de serem fundamen­tais para o controle do peso, frutas, ver­duras e saladas diminuem em até 16% as chances de morte súbita", afirma.

Durante o evento, a nutricionista Danie­la Zuccolotto, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo (USP), expôs sua pesquisa, que concluiu que as gestantes também têm con­sumo de frutas e verduras abaixo do ideal. A média, segundo ela, foi de 207 g por dia, quando a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 400 g diárias. Apenas 10% das gestantes ouvidas na pes­quisa comiam a quantidade recomendada.

DEZ PASSOS PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

1 Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação

2 Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias

3 Limitar o consumo de alimentos processados

4 Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados

5 Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, em companhia

6 Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados

7 Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias

8 Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece

9 Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora

10 Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais

 

Ela observa, no entanto, um alto con­sumo de alimentos fritos, salgadinhos tipo chips, refrigerantes e bolachas. "O consumo elevado de alimentos gordurosos é muito preocupante, uma vez que podem levar a um ganho de peso excessivo durante a ges­tação, causando sérias complicações tanto para a mãe quanto para o bebê”, afirma a nutricionista. A especialista afirma que uma alimentação adequada durante a gestação é fundamental para suprir as necessidades de energia e nutrientes para mãe e bebê, mas isso não quer dizer que ela precise comer para duas pessoas, apenas se alimentar da maneira correta e sem abusos.

GUIA ALIMENTAR

No início de novembro, o Ministério da Saúde publicou o “Guia Alimentar para a População Brasileira”. A publica­ção esclarece sobre os diferentes tipos de alimentos e incentiva a diminuição dos processados no cardápio das famílias. Está disponível no site do ministério, na internet, e nos postos de saúde. A indica­ção do guia é buscar alimentos frescos e preparar as refeições em casa, tentando driblar a falta de tempo.

 

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