Campanha faz alerta sobre o suicídio

Pelo menos 32 pessoas tiram a própria vida todos os dias no Brasil. Setembro Amarelo incentiva que problema seja discutido abertamente.

Mobilização / 02 de Novembro de 2016 / 0 Comentários
A- A A+

O número é alarmante: diariamente, pelo menos 32 brasileiros tiram a própria vida. Os dados são do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo a entidade, nove a cada dez casos podem ser evitados. O suicídio é considerado um problema de saúde, e já existem esforços sendo feitos para conscientizar a população a respeito da questão.

Uma das ações foi a criação do Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, celebrado em 10 de setembro. A intenção é que profissionais de saúde, população e movimentos organizados provoquem a discussão do tema, fazendo com que ele seja abertamente debatido. A partir da data, organizações como o Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) instituíram o Setembro Amarelo, para que sejam feitas ampla conscientização, divulgação dos dados e alertas sobre a realidade do suicídio. No mundo, a publicidade das ações é incentivada pela Associação Internacional para Prevenção do Suicídio (Iasp).

Segundo Luiz Augusto de Souza, um dos porta-vozes do Centro de Valorização da Vida em Belo Horizonte, o objetivo é chamar a atenção das pessoas para a problemática do suicídio e estimular a conversa sobre a questão. De acordo com ele, no mês de setembro foram feitas ações sobre prevenção do suicídio na Associação Médica de Minas Gerais, além de divulgação na mídia e palestras em várias instituições, empresas e escolas.

Os municípios mineiros de Barbacena, Conselheiro Lafaiete e São João del-Rei promoveram a Caminhada pela Vida – Valorização da Vida e Prevenção do Suicídio, com o apoio da Polícia Civil e a participação da comunidade, das escolas, das instituições, com divulgação durante o desfile de Sete de Setembro. Os eventos também contaram com a parceria do CVV Belo Horizonte.

“Conseguimos, em 2014, uma maior exposição, com ações em todas as regiões do país. Tivemos iluminação amarela no Congresso Nacional, em Brasília, no Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, no Estádio Beira Rio, em Porto Alegre. Neste ano, o movimento já teve maior divulgação por meio da mídia. Muitos outros locais, prédios e monumentos em várias cidades do Brasil foram iluminados de amarelo. Em Belo Horizonte, conseguimos iluminar o saguão da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o prédio da prefeitura, a praça da Estação, a praça do Papa, a praça da Bandeira, o prédio do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), o Ponteio Lar Shopping, entre outros espaços”, comemora Luiz. 

Para Luiz Augusto, o suicídio é um tema pouco abordado e continua sendo um tabu entre a maioria das pessoas. “É um assunto proibido e que agride várias crenças religiosas. Por isso, ainda temos medo e vergonha de falar abertamente sobre esse problema, que é de saúde pública. Um tabu arraigado em nossa cultura por séculos não desaparece sem o esforço de todos. Um de nossos sonhos é ver famílias tratando do assunto com naturalidade, escolas levantando o debate, colegas de trabalho oferecendo apoio ao identificarem alguém com sinais de que pensa em se matar. Sempre salientamos que a primeira medida preventiva é a educação: é preciso deixar de ter medo de falar sobre o assunto, derrubar tabus e compartilhar informações ligadas ao tema”, salienta.

Sobre o CVV

O Centro de Valorização da Vida foi fundado em São Paulo, em 1962. É uma associação civil sem fins lucrativos, filantrópica, tendo sido reconhecida como de utilidade pública federal em 1973. Presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional a todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo. Os mais de 1 milhão de atendimentos anuais são realizados por 2.000 voluntários em 18 Estados mais o Distrito Federal, pelo telefone 141 (24 horas) – telefone com custo de ligação normal –, pessoalmente (nos 72 postos de atendimento) ou pelo site www.cvv.org.br, via chat, VoIP (Skype) ou e-mail. Desde setembro de 2015, é feito atendimento pelo telefone 188, primeiro número sem custo de ligação para prevenção do suicídio, por enquanto exclusivamente no Estado do Rio Grande do Sul, tanto o número quanto a gratuidade.

Mais informações:

CVV Belo Horizonte

Rua Desembargador Barcelos, 1.281, Nova Suíça

Contatos: 31-3334-4111 ou 3334-4141

Horário de atendimento: 11h às 23h

Horário de atendimento pessoal: 15h às 18h

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião de Revista Entrevias. É vedada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. Revista Entrevias poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.