Câncer de pâncreas: escondido e silencioso

Tumor no órgão que fica entre o estômago e o duodeno apresenta alta taxa de letalidade. Pesquisadores internacionais se dedicam a buscar soluções para o diagnóstico precoce.

Saúde / 20 de Setembro de 2017 / 0 Comentários
A- A A+

Um órgão escondido e que intriga cada vez mais a medicina, que tenta identifi car a incidência de câncer de forma cada vez mais precoce. O pâncreas, que fi ca entre o estômago e o duodeno, é silencioso, não dá sinais quando está acometido por um tumor. Estudos recentes mostram a insistência dos pesquisadores em descobrir formas e fórmulas para identifi car o quanto antes a incidência de câncer de pâncreas. A estimativa éque apenas 7% dos pacientes acometidos sobrevivem cinco anos após o diagnóstico, ou seja, a maioria falece antes desse período.

Equipe da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, conseguiu identifi car recentemente um exame de sangue simples e capaz de detectar o câncer no estágio inicial. “Ter um teste biomarcador para essa doença pode alterar drasticamente a perspectiva para esses pacientes”, disse, em nota, o diretor do Centro Abramson de Câncer da Universidade da Pensilvânia, Robert Vonderheide, na época da divulgação do resultado da pesquisa. Os testes ainda seguem no objetivo de validar o experimento, e ele poder ser aplicado em pacientes em larga escala. Como uma força-tarefa, o Japão também está estudando formas de detectar antecipadamente o câncer de pâncreas. Na Universidade de Kumamoto, chegou-se a outro exame de sangue, desta vez analisando-se com tecnologia avançada as proteínas e as mudanças que ela gera já no início do tumor. A ideia é que seja eficaz ainda para cânceres de estômago, bexiga, colorretal, duodenal e hepático. Já na Universidade de Gotemburgo, na Suécia, o estudo com a mesma finalidade levou a uma espécie de endoscopia, conforme informou a médica do hospital universitário Karolina Jabbar em comunicado enviado à imprensa. “Temos muita esperança de que o método permita detectar os casos precoces, em uma fase na qual o câncer de pâncreas ainda possa ser tratado ou detido”, declarou. “É como uma endoscopia comum, com a diferença de que o tubo emite ultrassons e permite ver o órgão muito melhor para extrair o líquido”, explicou a pesquisadora às agências de notícia internacionais.

INCIDÊNCIA

O câncer de pâncreas é considerado de difícil detecção e apresenta alta taxa de mortalidade, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). O diagnóstico é tardio, e ele costuma ter comportamento agressivo. No Brasil, é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados. De acordo com o Inca, o tumor no pâncreas é raro antes dos 30 anos e se torna mais comum a partir dos 60. No entanto, de acordo com dados da União Internacional contra o Câncer (UICC), os casos da doença têm avançado em idades mais jovens, entre 40 e 50 anos. A incidência é mais signifi cativa entre homens. São quatro os estágios do câncer no pâncreas. No primeiro, o tumor está confi nado e mede em torno de 2 cm. Num segundo momento, ele começa a penetrar na gordura que reveste o pâncreas e compromete os linfonodos. No estágio 3, atinge os grandes vasos que irrigam o intestino nas proximidades do pâncreas e, no estágio 4, compromete órgãos mais distantes, como peritônio, pulmões, fígado e ossos.Quando ele é descoberto em uma das três primeiras fases, é possível fazer cirurgia associada à quimioterapia e/ou radioterapia. Faz-se a retirada parcial ou total do pâncreas e dos linfonodos. A cirurgia é considerada de grande porte e complexa.

SINTOMAS

Os principais sintomas do câncer são dor abdominal de leve ou forte intensidade que irradia para as costas, icterícia, perda de apetite e de peso, cansaço, anemia e surgimento do diabetes tipo 2. No entanto, são sintomas que aparecem quando a doença já está em estágio avançado e as células do tumor afetaram órgãos vizinhos.As causas ainda são desconhecidas, mas acredita-se que a principal delas é o uso do cigarro e de bebidas alcoólicas. Por isso, a principal forma de prevenir é não fumar e evitar o excesso de álcool.

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião de Revista Entrevias. É vedada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. Revista Entrevias poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.