Carência bilionária

Levantamento da CNT aponta que região Sudeste do Brasil necessita de mais de R$ 600 bilhões em investimentos em infraestrutura de transporte. Só em Minas, montante passa de R$ 250 bilhões.

Estradas / 29 de Outubro de 2018 / 0 Comentários
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A região Sudeste do Brasil precisa de R$ 686,4 bilhões de investimentos em infraestrutura de transporte, de acordo com a sexta edição do Plano CNT de Transporte e Logística, divulgado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) no fim de agosto. Uma das regiões mais importantes para o escoamento da produção nacional e para o deslocamento de passageiros, ela é também uma das mais esgotadas atualmente.

A proposta do plano é identificar os principais projetos e investimentos necessários para a implantação de um sistema de transporte interligado de cargas e de passageiros no país. No caso da região Sudeste, foram elencadas 831 propostas. Entre elas, destacam-se o Trem de Alta Velocidade Belo Horizonte-Curitiba (MG e PR); o Aeroporto de Uberlândia, no Triângulo Mineiro; as intervenções na BR-116 (MG e SP); a construção de terminal hidroviário de cargas em Ibiaí, no Norte de Minas; o Sistema Hidroviário do Tietê-Paraná (MG e SP); o Trem de Alta Velocidade Rio-São Paulo (RJ e SP); as obras no Porto de Santos (SP); e a implantação do Hidroanel Metropolitano de São Paulo (SP).

“A região Sudeste é uma das mais estratégicas do país. Grandes corredores de escoamento de cargas e infraestruturas de transporte de passageiros estão lá localizados. Porém, boa parte dos sistemas está saturada. Por isso, os investimentos na região se fazem ainda mais necessários”, conclui o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista.

De acordo com a confederação, somente o Estado mineiro demanda quase 37% do total de investimentos estimados, o correspondente a R$ 253,82 bilhões. Desse montante, R$ 134,19 bilhões seriam para o sistema ferroviário, R$ 90,43 bilhões para o rodoviário, R$ 26,8 bilhões para o hidroviário, R$ 10,05 bilhões para terminais e
R$ 2,36 bilhões para o aeroportuário.

Para Betim, especificamente, foram apresentados cinco projetos de infraestrutura visando à integração nacional (alguns deles incluem o município como rota): remoção de invasões da faixa de domínio, eliminação de passagens em nível; construções dos Contornos Norte e Sul do Anel Rodoviário de Belo Horizonte; e implantação do trem de alta velocidade Belo Horizonte – Curitiba, de Belo Horizonte a Poços de Caldas (no Sul de Minas); além de um projeto urbano: a ampliação da extensão da Linha 1 do metrô, de Contagem, na região metropolitana, a Betim. 

Território brasileiro

A divisão dos projetos nesses dois grupos (integração nacional e urbano) está relacionada ao conceito de sistema de transporte integrado, segundo a CNT. O primeiro engloba as intervenções necessárias para interligar regiões de grande demanda de passageiros, polos de produção e centros consumidores e de exportação, e corresponde a investimentos da ordem de R$ 1,4 trilhão no Brasil.

Já o segundo grupo diz respeito a iniciativas de relevância nos contextos urbanos ou metropolitanos e compreende, principalmente, o transporte de passageiros. Conforme apontado pelo Plano CNT de Transporte e Logística, é preciso investir R$ 291 bilhões nos 320 projetos que contemplam as 20 principais regiões metropolitanas e regiões integradas de desenvolvimento do país.

“Acreditamos que o sucesso do planejamento no nosso setor passa pela revisão permanente de projetos e pela priorização de investimentos, base de uma política de transportes voltada ao desenvolvimento”, afirma o presidente da confederação, Clésio Andrade.

Os projetos apresentados são resultantes de um levantamento de demandas locais, estaduais e nacionais para o transporte brasileiro. Eles incluem intervenções baseadas nas pesquisas e nos estudos elaborados pela CNT, por afiliadas, por programas de grande abrangência para o país, além de planos diretores ou de mobilidade de alguns municípios. (Com a Agência CNT de Notícias) 

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