Celular: use com moderação

Estudo realizado na Inglaterra associa o uso excessivo de smartphones ao surgimento precoce de artrose. Outros problemas já são comuns, como dores nas mãos, na coluna e nos ombros.

Saúde / 13 de Abril de 2020 / 0 Comentários
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Você pode não perceber, mas segurar e teclar o celular o tempo todo exige movimentos que podem causar lesões no corpo, especialmente nos brasileiros, que passam, em média, quatro horas e 40 minutos por dia utilizando o aparelho. A Universidade de Surrey, na Inglaterra, divulgou recentemente um estudo que associa o aparecimento precoce de artrose ao uso abusivo dos smartphones. O sedentarismo e uma dieta desequilibrada também aumentam os índices de ácido lático, responsável pela inflamação nas juntas.

A artrose (ou osteoartrite) é uma doença que atinge as articulações do corpo, provocando dores, inchaço, deformações nos dedos e dificuldades em fazer o movimento de pinça, aquele que nos permite pegar pequenos objetos.

Uma matéria publicada no jornal “O Globo” mostra que o assunto foi pauta da reunião da Liga Europeia contra o Reumatismo, realizada no fim de 2019, em Londres. Em outra matéria, publicada no site da Sociedade Brasileira de Reumatologia, o coordenador da Comissão de Pediatria, Cláudio Len, explica que, nos casos de inflamação periarticular, estão envolvidos problemas de ordem mecânica, como tendinite ou bursite.

O ideal, segundo ele, é que as pessoas passem, no máximo, três horas diárias teclando no computador ou usando o videogame ou o celular. Len destaca que, mesmo assim, é indispensável ter condições ergonômicas favoráveis, como teclado inclinado, cadeira adequada e monitor na altura dos olhos. A criança ainda deve estar sentada, com os joelhos a 90 graus e os pés no chão ou apoiados em um banco.

O reumatologista pediátrico recomenda também que haja uma mudança de hábitos. “Longas horas nesses equipamentos, particularmente à noite, mexem com o sono de quem os utiliza, e dormir pouco tempo causa fadiga, estresse e até dores”, diz.

 Reação em cadeia

Além das mãos, o uso excessivo do celular tem prejudicado outras partes do corpo, segundo especialistas. A postura e a coluna cervical, por exemplo, são pontos pressionados. Quando inclinado para frente ou para baixo, o pescoço precisa se esforçar ainda mais para sustentar a cabeça, que pesa cerca de 5 kg em um indivíduo adulto. Estudos mostram que a força feita pelo pescoço pode chegar a 27 kg. Essas posições podem causar até hérnia de disco.

Se o pescoço fica sobrecarregado, os ombros não são aliviados. Pelo contrário, todo o conjunto de membros superiores é afetado pela utilização abusiva do aparelho, incluindo as mãos, os dedos e os punhos, que também são sobrecarregados.

E os problemas não param por aí: já está sendo observado o aparecimento precoce de rugas e papadas devido ao uso constante de smartphones. Isso ocorre porque a posição inclinada do pescoço acelera o impacto da gravidade, favorecendo a chegada dessas marcas.

 Como evitar

Além de reduzir o tempo de uso do celular, existem formas de evitar o aparecimento de dores no pescoço, nos olhos, nas mãos e na coluna ou mesmo de desenvolver tendinite ou artrose. Segurar o aparelho com as duas mãos é uma delas. Evitar o uso por mais de 20 minutos seguidos e manter a tela próxima da altura do rosto, como se fosse para tirar uma selfie, são outras recomendações.

Também é indicado não inclinar o rosto sobre o telefone e garantir que a tela fique na direção dos olhos enquanto escreve, além de evitar apoiá-lo no ombro para falar.

Fazer alongamentos e movimentos com o corpo durante o dia é aconselhável, bem como praticar exercícios regularmente para fortalecer os músculos e manter a boa postura corporal.

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