Cuide da sua visão

Especialistas recomendam consulta ao oftalmologista ao menos uma vez ao ano para checape. Exames podem detectar doenças como glaucomadiabetes

Saúde / 28 de Maio de 2014 / 0 Comentários
A- A A+

Se não enxerga bem as placas, o preço do pedágio, sente que a visão está um pouco embaçada ou a claridade o incomoda, você pode estar precisando ir a um oftalmologista. Fazer exames oftalmológicos regularmente é fundamental para o motorista ou quem trabalha com transporte. A indicação de especialistas é que a periodicidade seja de um ano para realizar o checape completo nos olhos.

Segundo informações da Sociedade Brasileira de Oftamologia (SBO), um exame de rotina permite detectar precocemente as principais doenças oculares, que incapacitam crianças e adultos para a vida e o trabalho.

Numa consulta, segundo a sociedade, o especialista primeiro questiona se há alguma queixa visual e traça um histórico do paciente, inclusive, se alguém na família tem problemas de visão. O médico examina as pálpebras, a conjuntiva, as vias lacrimais e o fundo de olho. Este último permite detectar se o paciente tem escavações causadas por glaucoma,glaucomadiabetes, hipertensão, Aids, entre outros.
Também realiza o exame de refração, que identifica se há perda de visão e se é necessário o uso dos óculos. É durante a consulta que o médico pode diagnosticar a catarata e até o glaucoma. Se necessário, o oftalmologista pode solicitar exames complementares, como ultrassom, angiografia, campo visual e microscopia especular.

Uma pesquisa americana publicada recentemente mostrou que a minoria das pessoas procura um oftalmologista, anualmente, para uma consulta de rotina. Em geral, segundo o estudo, essas pessoas têm riscos e os exames iriam detectar, retardar, prevenir ou mesmo curar o problema de visão. A pesquisa também identificou que 86% das pessoas que já tinham doença ocular diagnosticada não faziam exames de rotina.

Segundo o oftalmologista Virgílio Centurion, diretor do Instituto de Moléstias Oculares, em São Paulo, baixa visão e cegueira são problemas muito mais delicados do que se pode imaginar. “Além das consequências profissionais e sociais da perda da visão, há custos médicos importantes. E não menos importantes são as lesões devido às quedas. A baixa visão é responsável por cerca de 18% das fraturas de quadris, por exemplo”, afirma.

Para a oftalmologista Roberta Velletri, também do instituto, muitas pessoas não compreendem que a detecção precoce pode resultar numa terapia de preservação da visão. “Geralmente, os pacientes que mais temem os checapes oftalmológicos anuais são os que mais precisam dele, como quem tem diabetes, pressão arterial alta, colesterol elevado, e até fumantes ou que apresentam histórico familiar de doença ocular”, alerta.

O ideal, segundo os especialistas, é que os exames de rotina sejam feitos desde a infância, mas, de preferência, a partir dos 20 anos. “Não é admissível esperar até que se tenha sintomas oculares para ir ao oftalmologista. O glaucoma, por exemplo, em seus estágios iniciais, é tido como o ‘ladrão silencioso da visão’”, explica a médica.

Mas é por volta dos 40 anos que a visão pode começar a falhar. Daí, ocorrem problemas como sensação de vista cansada, coceira, dificuldade para focalizar imagens, lacrimejamento. Nessa faixa etária também são mais frequentes catarata, retinopatia diabética e glaucoma.

Nos projetos que oferecem atendimento médico nas rodovias do país e nas unidades do Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest/Senat), é possível encontrar oftalmologistas e realizar os exames necessários.

DICAS

Atenção às crianças:

  • É fundamental que toda criança, mesmo com menos de 7 anos, quando inicia sua alfabetização, seja levada a um oftalmologista
  •  
  • A Sociedade Brasileira de Oftalmologia lembra que no Rio de Janeiro, São Paulo e alguns outros Estados já é obrigatório o teste do reflexo vermelho, que permite a detecção precoce de problemas oculares congênitos, tais como catarata, glaucoma, retinoblastoma (um tipo de tumor maligno que pode levar à morte antes dos 7 anos de idade, se não diagnosticado precocemente), entre outros
  •  
  • Crianças prematuras podem desenvolver a retinopatia da prematuridade, problema que também exige atenção especial
  •  
  • Caso a criança não tenha nenhum antecedente familiar, como glaucoma, recomenda-se o exame oftalmológico até os 7 anos de idade e, depois, entre os 8 e 15 anos. Se ainda nessa fase não apresentar nenhum problema, inclusive de refração (miopia, astigmatismo e hipermetropia), vai chegar aos 40 sem problemas

 

Atenção aos adultos:

  • A partir dos 40 anos, a visão começa a dar sinais de mudança: é a chamada vista cansada (presbiopia), que não é uma doença, mas um fator normal, decorrente do envelhecimento. Trata-se de uma alteração que acontece no cristalino e impede a pessoa de enxergar bem de perto
  •  
  • Não enxergar bem leva a uma vida incapacitante, acarretando consequências sociais, psicológicas e econômicas para o indivíduo e a sociedade
  •  
  • Três dos mais graves problemas visuais podem levar à cegueira a partir dos 60 anos: a catarata, o glaucoma e a degeneração macular relacionada à idade
  •  
  • Das três patologias, a catarata é a única cuja cegueira é reversível, mas só tem cura mediante cirurgia
  • Não fumar, não se expor ao sol sem proteção (óculos, chapéu e filtro solar) e alimentação saudável, rica em vitaminas e sais minerais, são fundamentais para manter a boa visão, assim como visitar periodicamente um oftalmologista
  •  
  • Por meio do exame do fundo de olho, obrigatório em qualquer exame oftalmológico, pode-se detectar precocemente não só as doenças acima citadas, mas o diabetes e a Aids
  •  
  • Atenção: apenas o oftalmologista, por lei, pode examinar um paciente e prescrever óculos ou lentes de contato


ENTENDA

GLAUCOMA

  • Doença ocular causada, principalmente, pela elevação da pressão intraocular, que provoca lesões no nervo ótico. Se não for tratada, pode levar à cegueira. É uma doença assintomática e a perda visual só ocorre em fases mais avançadas.

 

RETINOPATIA DIABÉTICA

  • O diabetes melittus é o fator desencadeante dessa doença. Um material se deposita nas paredes dos vasos sanguíneos da retina, o fundo de olho, ocasionando estreitamento e até bloqueio do vaso, além de enfraquecimento da parede, o que causa, muitas vezes, hemorragia. O controle do diabetes adequado é a principal forma de evitar a retinopatia.

 

CATARATA

  • Lesão ocular que atinge e torna opaco o cristalino (lente atrás da íris cuja transparência permite que os raios de luz o atravessem e alcancem a retina para formar a imagem), comprometendo a visão. O principal sintoma é não conseguir enxergar com nitidez. No início, parece uma lente de óculos embaçada ou uma névoa diante dos olhos. Com a evolução, a pessoa passa a enxergar apenas vultos. O único tratamento é cirúrgico.

 

DEGENERAÇÃO MACULAR

  •  Principal causa de perda da visão depois dos 50 anos. A mácula é uma pequena área localizada na porção central da retina e é responsável pela percepção dos detalhes. A degeneração é causada por depósitos de restos oculares, que formam cristais no fundo do olho, destroem os fotorreceptores e provocam proliferação anormal de vasos sanguíneos sob a retina. A consequência são cicatrizes que afetam a mácula e comprometem a visão e a capacidade de distinguir cores. Os sintomas são visão borrada, pontos luminosos, manchas no centro da visão, dificuldade de adaptação no escuro, linhas distorcidas e tortuosas, necessidade de iluminação mais intensa para ler.

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião de Revista Entrevias. É vedada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. Revista Entrevias poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.