Demandas urgentes

CNT elabora e entrega documento aos candidatos à Presidência da República com uma série de problemas e soluções para o setor de transporte

Mobilização / 29 de Outubro de 2018 / 0 Comentários
A- A A+

A Confederação Nacional dos Transportes (CNT) lançou em setembro o documento “O transporte move o Brasil – Propostas da CNT aos candidatos” com as principais demandas do setor que devem ser priorizadas pelo Executivo e pelo Legislativo, ou seja, por quem ocupar os cargos de presidente da República, senador, deputado federal e estadual e governadores. As propostas abrangem os modais rodoviário, ferroviário, aquaviário e aéreo.

Um exemplar do estudo foi entregue a cada um dos candidatos à Presidência, e o arquivo na íntegra pode ser consultado no site da CNT (www.cnt.org.br). Os primeiros destaques do documento são a fragilidade da Política Nacional de Transportes, o marco regulatório, ainda incompleto, e a baixa interlocução com a iniciativa privada. Melhorando esses pontos, segundo a confederação, será possível viabilizar R$ 1,7 trilhão para a adequação e a expansão da malha viária nacional, sendo R$ 496 bilhões para as rodovias.

A CNT ainda aponta questões no financiamento privado da infraestrutura de transporte, com má qualidade nos projetos, poucas fontes de financiamento e problemas no modelo de concessões. Na área de investimento público, detecta escassez de recursos, incorreções na seleção de projetos, falta de transparência na execução física e orçamentárias das obras públicas e baixa qualidade dos projetos financiados pelo governo federal.

Em um mapa do país, a confederação destaca trechos rodoviários que precisam de adequação: BR-153, 158, 163, 222 e 230, no Pará; BR-101, no Ceará; BR-242 em Tocantins e na Bahia; construção da BR-251, em Minas Gerais; adequação e construção da BR-381, também em Minas Gerais; construção do Rodoanel de Belo Horizonte; adequação e construção da BR-116, em São Paulo; obras no trecho da BR-277, no Paraná; construção da BR-153, em Minas; e melhorias no trecho BR-070, 242, 158 e 364, no Mato Grosso.

Como principais problemas rodoviários, a CNT cita inadequação da infraestrutura rodoviária do país, escassez de campanhas de educação, deficiência na fiscalização das rodovias, problema de sinalização rodoviária. Para solução, são apontados investimento de quase R$ 500 bilhões, aumento da participação da iniciativa privada em novas concessões, modelagem de PPPs patrocinadas para a manutenção rodoviária, modernização das normas e das técnicas construtivas no país.

Também são apresentadas como soluções o descontingenciamento dos recursos do Fundo Nacional de Segurança e Educação Viária (Funset), a promoção de campanhas educativas de trânsito, o fortalecimento da Polícia Rodoviária Federal e a ampliação do orçamento para a fiscalização, a ampliação da abrangência e a intensificação das ações do programa BR-Legal.

Para a manutenção rodoviária, a CNT propõe, por exemplo, a criação de um programa de Parcerias Público-Privadas (PPPs) que use recursos da Cide-combustíveis para financiar a contrapartida federal e a cobrança de pedágio por parte da iniciativa privada.

“O transporte é um dos pilares básicos do desenvolvimento de um país. Pensar no Brasil sem um sistema de transporte eficiente e robusto é mantê-lo estagnado, ou pior, é deixá-lo preso ao passado. E nosso país precisa se movimentar em direção ao futuro. A CNT acredita que este é o momento propício para isso”, afirma o presidente da confederação, Clésio Andrade.  

Modais

Em relação à mobilidade urbana, a CNT propõe apoio técnico e financeiro para o desenvolvimento dos planos municipais de mobilidade. Para as ferrovias, a instituição considera essencial a efetivação da política de prorrogação antecipada dos contratos de concessão. No setor aquaviário, segundo a CNT, é urgente o aprimoramento do sistema Porto sem Papel, que desburocratiza a atividade portuária e garante o funcionamento nos portos e nos Terminais de Uso Privado durante 24 horas.

Na área de meio ambiente, a proposta é que seja criado um programa nacional de eficiência energética para o setor rodoviário de cargas e que se faça o estímulo ao uso do biocombustível na aviação. O Serviço Social do Transporte e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest/Senat), parceiro na elaboração do documento, sugere a implementação de um exame nacional para a avaliação de instituições e alunos/egressos de educação profissional, além da alteração do Código de Trânsito Brasileiro para reduzir a idade mínima e o lapso temporal exigido para a realização do processo de mudança de categoria aos motoristas que desejam se tornar profissionais.

 

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião de Revista Entrevias. É vedada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. Revista Entrevias poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.