Desafios do free flow

Um workshop realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) colocou em pauta os principais desafios para a implementação do free flow no Brasil, bem como a realidade das rodovias do país e as perspectivas para o sistema nos próximos anos.

O encontro aconteceu no fim de outubro último também com o objetivo de apresentar o andamento dos projetos que já estão em curso, explorar os benefícios e identificar possíveis percalços do ponto de vista da indústria.

“Com a aposta no free flow é possível acabar com a grande reclamação dos motoristas de andar, por exemplo, dois, três quilômetros e pagar a tarifa cheia. O tributo será mais justo porque vai pagar apenas quem usar e pela quantidade que usar [da rodovia concessionada]”, destacou o diretor da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Valter Costa.

Segundo o dirigente, o aumento da eficiência dos sistemas de transporte - considerado crucial para a competitividade econômica do país - passa pela aposta em tecnologias que otimizem custos e operações e também por investimentos em infraestrutura.

Exemplo prático
O free flow é um sistema de pagamento automático de pedágios, permitindo a livre passagem, sem necessidade de redução da velocidade. Os veículos são identificados por pórticos com equipamentos de última geração que reconhecem TAGs ou placas. A tecnologia avançada determina o valor da tarifa com base em características como altura, largura, comprimento e quantidade de eixos.
Os primeiros seis meses de teste dessa tecnologia no país foram analisados durante outro evento dedicado ao tema. O Workshop Sandbox Free Flow - resultados e perspectivas foi promovido pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em parceria com a CCR Rio-SP, em meados de dezembro, e reuniu centenas de participantes presenciais e online.

Durante a apresentação, a diretora presidente da concessionária, Carla Fornasaro, falou do desafio de implementar o primeiro sistema de cobrança automática de pedágio do Brasil, em operação desde março deste ano, abrangendo a BR-116 e a BR-101 entre Ubatuba (SP) e o Rio de Janeiro. “Encaramos esse desafio de implementar o primeiro free flow do Brasil. Não foi um caminho fácil, mas foi percorrido com muitas pessoas engajadas e bastante sucesso. É o primeiro passo de uma longa jornada muito bem-sucedida”, disse.

Para o diretor-geral da ANTT, Rafael Vitale, os números apresentados no evento foram muito positivos. A meta, agora, é expandir a solução regulatória para todos os contratos da agência. “O free flow é uma agenda prioritária da ANTT para o ano que vem”, adiantou. (Com a Agência CNT)