Gasolina limpa

Empresa lança em Manaus combustível para carros que reduz pela metade a emissão de poluentes na atmosfera e aumenta a eficiência do motor

Meio Ambiente / 14 de Junho de 2019 / 0 Comentários
A- A A+

Uma gasolina que, quando processada no veículo, emite 50% menos poluentes na atmosfera e ainda aumenta o rendimento do motor em até 10%. A chamada DuraMais, gasolina ecoaditivada – uma novidade no Brasil –, foi lançada no início de maio em Manaus, no Amazonas. Ela já está disponível nos postos de combustíveis da região, sendo distribuída pelo grupo Dislub Equador, que atua nesse segmento no Norte e no Nordeste do país.

Antes de começar a ser vendida, ainda na fase de testes, a gasolina recebeu uma certificação do Instituto das Nações Unidas para Treinamento e Pesquisa (Unitar/ONU). O catalisador conquistou a EcoEtiqueta da ONU pelas reduções do consumo de combustível e da emissão de gases de efeito estufa e partículas poluentes, comprovadas em testes laboratoriais.

O combustível, segundo o sócio-diretor do grupo, Humberto Carrilho, foi testado em automóveis durante viagens de Manaus até cidades da região metropolitana. “Os carros utilizaram a gasolina DuraMais e a comum para comparativo dos resultados. Os que usaram a ecoaditivada tiveram mais rendimento, comprovando a eficiência dela”, afirma. “Conseguimos conjugar a venda de gasolina e ecologia com a primeira gasolina ecoaditivada do país”, completa.

O combustível “verde”, segundo a empresa, possui um catalisador como aditivo. Ele foi criado para reduzir pela metade o índice de poluentes emitidos pelos combustíveis fósseis. A empresa lançou uma nanotecnologia, batizada de GreenPlus, que atua na redução dos poluentes. Ela reorganiza as moléculas do combustível, otimizando a queima e acelerando a combustão, ficando, assim, mais eficiente.

Na prática, o ecoaditivo aumenta a eficiência energética do combustível. Com isso, a combustão é mais eficaz, o motor passa a precisar de menos gasolina, fazendo com que o veículo renda mais. A diferença é que a gasolina comum não é queimada por inteiro, e a parcela que sobra é lançada na atmosfera. Já a nova gasolina é totalmente queimada, fazendo com que a emissão caia drasticamente.

Segundo informações da empresa, o produto foi desenvolvido na Califórnia, nos Estados Unidos, pelo grupo Biofriendly Corporation, e trazido ao Brasil para testes. O australiano Bill Carroll, pesquisador à frente do projeto, esteve em Manaus para o lançamento oficial da gasolina.

Na Alemanha, esse tipo de combustível já é usado no transporte público. Também está disponível para consumo da população na Colômbia, nos Estados Unidos e na Argentina, além de países da Europa, da Ásia e do Oriente Médio. Em Manaus, primeira capital brasileira a adotar a tecnologia, a gasolina está à venda nos postos de combustíveis. Ela chegará ainda em 2019 a postos de outros Estados do Norte e do Nordeste do Brasil, segundo a empresa.

Empresa concedeu coletiva de imprensa para anunciar lançamento do produto

Por enquanto, os testes indicam a eficiência do combustível ecoaditivado da Dislub em veículos leves. O litro da gasolina ecoaditivada custa cerca de R$ 4,30 (valor em Manaus na data do lançamento do produto). 

Compromisso global

Desenvolver e implementar formas de reduzir as emissões de gases poluentes na atmosfera são compromissos de vários países do mundo. No fim de 2018, a 24ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP24) divulgou relatório elaborado por 40 organizações internacionais com especialistas em transporte e baixo carbono. O documento orienta os governos de todo o mundo a desestimularem, urgentemente, o transporte individual e investirem em sistemas eficientes e limpos de ônibus e redes metroferroviárias.

Segundo o estudo “Situação Global do Transporte e Mudança Climática Global”, os carros de passeio são os grandes vilões da poluição, respondendo por 45% das emissões de CO2 do grupo de transportes. Os caminhões ficam em segundo lugar, com 21% da emissão de CO2 na atmosfera. Em terceiro lugar, estão os navios e os aviões, com 11%, cada.

Alternativas isoladas, como a adoção de modelos elétricos a bateria, trólebus, híbridos, gás natural, hidrogênio, entre outros tipos de combustíveis em substituição ao diesel, também estão sendo implementadas em várias nações.

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião de Revista Entrevias. É vedada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. Revista Entrevias poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.