Juros: para o alto e avante

Clima de insegurança financeira reflete-se nas taxas e nas regras de programas de incentivo ao transporte rodoviário de cargas

Finanças / 05 de Março de 2015 / 0 Comentários
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O Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BN­DES) elevou as taxas de juros e reduziu a parcela financiável de bens do Programa de Sustentação de Investimentos (PSI) e do Procaminhoneiro, voltado para a renovação da frota. Ambos os programas de concessão de crédito – que beneficiam empresas de transporte e transportadores individuais – refletem o comportamento do mercado frente à instabilidade financeira. Dadas as perspectivas de queda da ativida­de econômica e das amarras burocráticas na concessão de crédito pelo banco, o aumento da taxa de juros e a redução dos prazos e da participação do valor financiável somente agravam o quadro para os transportadores.

Segundo a Sondagem Expectativas Eco­nômicas do Transportador 2014 (Fase 2), divulgada, no fim do ano passado pela Con­federação Nacional dos Transportes (CNT), 61,4% dos transportadores rodoviários pretendiam usar recursos dos programas de financiamento do BNDES para a aquisição de novos veículos. Em entrevista à Entrevias no mês de dezembro, o diretor executivo da CNT, Bruno Barreto, ressaltou que foi apre­sentada uma nova proposta de renovação da frota: “Mostramos uma sugestão mais lapidada e tivemos o retorno positivo. Aguar­damos a formalização para a implementação de uma política mais ampla. Também será um momento oportuno de se promover uma reestruturação gerencial, visando otimizar e oferecer eficiência na aloca­ção de recursos públicos. Isso é neces­sário para trazer confiança ao setor de transporte”.

IMPACTO DIRETO

Contudo, as atuais medidas apre­sentadas vão de encontro à expectati­va. Além disso, a volta da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre os combustíveis, anuncia­da pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e a elevação do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribui­ção para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) causam preocupação do setor com relação ao preço do frete. O impacto imediato das alíquotas de PIS e Cofins sobre o diesel foi de R$ 0,15 por litro, e as transportadoras deverão repassar esse aumento aos clientes.

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