Melasma: entenda o vilão

Artigo / 19 de Novembro de 2019 / 0 Comentários
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O melasma é uma alteração da pigmentação na pele em decorrência de disfunções do melanócito, célula originada do tecido nervoso na vida embrionária e responsável pela produção do pigmento cutâneo (melanina). É caracterizado por manchas marrons ou acastanhadas, que ocorrem principalmente no rosto. Elas são geralmente simétricas (nos dois lados da face), sem sintomas, como coceira ou descamação, e não estão associadas a outras doenças da pele ou tumores. É mais comum em mulheres, mas pode ocorrer em 10% dos homens.

A melanina é uma proteína que se espalha na superfície da nossa pele para dar cor a ela, mas também funciona como proteção às agressões externas, como, por exemplo, a radiação ultravioleta. Sendo um mecanismo protetor, a produção de melanina é aumentada também por agressões como queimadura solar, peelings, depilação com cera, ácidos, entre outras. Por esse motivo, é importante que o tratamento do melasma não irrite a pele, pois, caso isso ocorra, haverá mais produção de pigmento, e a mancha ficará mais escura.

O melasma é classificado em superficial, profundo ou misto, de acordo com as camadas da pele acometidas. Quanto mais profunda a mancha, mais difícil o tratamento. Entre as principais causas estão os fatores genéticos, as alterações hormonais, o uso de anticoncepcionais, a gestação e a exposição à luz intensa, tanto a natural quanto a artificial. As peles mais propensas a ter melasma são a morena e a miscigenada, nas quais o melanócito é mais competente e ativo.

Considerando-se que o melanócito é originado do tecido nervoso na vida embrionária e, portanto, muito reativo aos mais variados estímulos, cada vez mais o melasma é explicado como uma reação inflamatória causada pelo desequilíbrio do melanócito, e as substâncias que, de alguma forma, cortam as vias metabólicas dessas inflamações podem proteger a pele e clareá-la.

O melhor tratamento ainda é a prevenção. São imprescindíveis o uso diário e a reaplicação sistemática do protetor solar, que deve ser preferencialmente físico e com cor, pois o filtro físico reflete a luz, e a cor bloqueia a luz visível, como a do computador. Os tratamentos têm como objetivo prevenir o surgimento de novas manchas e clarear as já formadas, mantendo-as claras o maior tempo possível.

Os cremes clareadores domiciliares não devem irritar a pele e precisam ser prescritos por um dermatologista. Existem alguns procedimentos médicos para o clareamento do melasma, como peelings superficiais leves, aplicação de ácido tranexâmico e laser. Esse deve ser específico para o melasma, e o mais indicado é aquele em que a energia é baixa e o pulso, curto (Q-Switched), para que o calor liberado não seja agressivo e não piore a mancha. Somente o dermatologista pode indicar o melhor método para você.

O melasma é queixa frequente nos consultórios de dermatologia e tem tratamento, mas são necessárias orientação médica e disciplina para seu controle, a fim de elevar a autoestima dos pacientes.

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