Mosquito por toda parte

Estados brasileiros vivem epidemia de dengue, e governo convoca população a eliminar os focos do Aedes

Saúde / 14 de Maio de 2019 / 0 Comentários
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Mais um ano e o Brasil sofre com as doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti. O Ministério da Saúde e todos os órgãos de vigilância do país fazem um apelo para a população não deixar água parada e tomar todas as medidas para evitar que o mosquito se reproduza e transmita doenças. A situação já é crítica em várias cidades (veja tabela). Vale o alerta também para quem roda pelo Brasil, principalmente quem visita áreas endêmicas.

Segundo o Ministério da Saúde, cerca de mil cidades brasileiras estão vivendo um surto de dengue, zika e chikungunya. O primeiro Levantamento Rápido de Índices de Infestação (LIRAa) pelo mosquito indicou 994 municípios com alto número de infestação.

Até abril, o país já contabilizava 123 mortes e mais de 450 mil casos de dengue. “O resultado do LIRAa confirma o aumento da incidência de registros de dengue em todo o país, subindo 339,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Esses resultados indicam que é preciso fortalecer as ações de combate ao mosquito transmissor, com a participação da população e de todos os gestores locais e federal”, afirmou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Kleber.

O LIRAa é o principal instrumento usado pela saúde pública para o controle do vetor e das doenças. Gestores podem identificar bairros e locais onde os focos estão concentrados e onde há reprodução do mosquito. Com a informação, devem promover ações de combate e controle mais eficientes.

Pode haver epidemia localizada em alguns municípios, mas, no geral, não há epidemia no país, segundo Kleber. Já foram registrados 3.085 casos de zika e mais de 24 mil de chikungunya no Brasil.

Segundo o coordenador-geral dos Programas Nacionais de Controle e Prevenção da Malária e das Doenças Transmitidas pelo Aedes, Rodrigo Said, 65% dos casos neste ano estão concentrados na região Sudeste, com aumento em São Paulo e Minas Gerais, que são regiões populosas. O Tocantins está em primeiro lugar em incidência da doença. “Já identificamos em 2019 a circulação dos quatro sorotipos da dengue no país, com a concentração de 85% do sorotipo 2. As condições ambientais têm propiciado o aumento no número de casos após dois anos com redução. Toda a região das Américas tem passado, desde o fim de 2018, pelo aumento da temperatura e por um regime de chuvas mais prolongado”, explicou.

Criadouros

O levantamento indicou, segundo o Ministério da Saúde, que o armazenamento de água em casa continua sendo o principal criadouro do mosquito. São tonéis, barris, vasos, frascos com água, pratos e garrafas PET, ou seja, todo tipo de depósito de água doméstico. Também foram encontrados criadouros em lixos, recipientes plásticos, latas, sucatas e entulhos de construção, todos passíveis de remoção.

Principalmente nas áreas endêmicas, de acordo com o Ministério da Saúde, casas estão sendo visitadas, larvicidas para combater o vetor das doenças estão sendo distribuídos para os municípios, veículos estão emitindo o fumacê. Ainda assim, o ministério considera fundamental que a população mantenha ações permanentes de combate ao mosquito.

Uma das formas é mobilizando a vizinhança. Naquela rua ou quarteirão onde há muito mosquito ou muitas pessoas já tiveram a doença, o Ministério da Saúde indica que as pessoas se unam e façam mutirões de limpeza. Assim, um ajuda o outro a limpar calhas, piscinas, tampar reservatórios de água, retirar sujeira e folhas paradas que geram o acúmulo de água, lavar, secar e guardar pneus em locais adequados, além de virar a boca de garrafas para baixo.

Em casa, as famílias devem fazer a limpeza periódica em ralos, canaletas e qualquer outro tipo de local que faz escoamento de água, limpar bandejas de ar-condicionado e geladeiras, colocar areia em pratinhos e vasos de plantas, retirar água de plantas como bambus e bromélias, guardar baldes de boca para baixo, esticar lonas usadas para cobrir objetos e jogar no lixo objetos que acumulam água, como tampinhas de garrafas e folhas secas.

Se algum morador conseguir detectar a presença de ovos ou larvas do mosquito, deve seguir as regras indicadas pelas autoridades de vigilância. A primeira delas é lavar as bordas dos recipientes que acumulam água com sabão e escova ou bucha. As larvas devem ser jogadas na terra ou no chão seco. Se o reservatório de água for muito grande e para consumo humano, o morador vai precisar acionar um agente de saúde para a aplicação do larvicida. Uma alternativa é colocar produtos de limpeza, como desinfetante, água sanitária e cloro de piscina, e inspecionar semanalmente. Nesse caso, a água não pode ser usada para consumo humano ou animal.

A água sanitária é indicada para locais como vasos sanitários que não têm uso diário, caixa de descarga, ralos externos e internos, tambores de água que não são usados para consumo humano, bromélias, bambus e plantas que acumulam água. Nesses casos, o tratamento deve ser semanal.

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