Muito além dos limites rodoviários

Editorial / 25 de Maio de 2021 / 0 Comentários
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A pior crise sanitária já vivida no país tem tirado não apenas a possibilidade de a população ir e vir livremente, sem receio de contaminação pelo novo coronavírus, mas o emprego, a renda e o sustento de milhões de brasileiros. Diante desse cenário desolador, a dedicação dos voluntários do grupo de resgate Anjos do Asfalto/MG extrapolou mais uma vez os limites da BR-381, onde normalmente atua, e chegou às casas de centenas de famílias carentes que vêm enfrentando sérias dificuldades para ter comida na mesa durante a pandemia da Covid-19. Desde março, a organização não governamental está arrecadando e distribuindo cestas básicas em Belo Horizonte e na região metropolitana para ajudar a combater a fome de quem, muitas vezes, não tem absolutamente nada para comer.

Esta não é a primeira vez que os socorristas ajudam a salvar vidas fora das rodovias. A história recente do grupo inclui uma atuação importantíssima na arrecadação e na entrega de mais de 60 cilindros de oxigênio a pacientes que agonizavam em Manaus por conta da escassez do recurso nas unidades de saúde da capital amazonense no início deste ano. Em janeiro de 2020, os voluntários atuaram também no atendimento a vítimas das enchentes que castigaram vários municípios mineiros. E, em janeiro de 2019, o altruísmo do grupo se manifestou no resgate de animais atingidos pelo rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Grande BH. O senso de coletividade da organização não governamental evidencia o quão eficaz pode ser o gesto de pequenos grupos frente aos enormes (e constantes) desafios impostos à sociedade. Enquanto uns se sentam e esperam que alguém faça algo por eles e outros apenas lamentam a própria sorte, há quem parta para a ação ciente de que pode ser e fazer muito mais.

“Uma organização que nasce com o propósito de assistir as pessoas em acidentes, de forma voluntária e incondicional, tem em seu cerne o espírito solidário. Nesse contexto, não nos furtamos a atuar diante de relevantes problemas sociais, e a ajuda ao próximo nunca fez tanto sentido. Vivemos um momento em que a miséria está nas famílias e precisamos agir.”

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