Orelha: reflexo do corpo

Auriculoacunpuntura trabalha pontos do organismo a partir da orelha e pode ajudar a diagnosticar, tratar e curar cerca de 200 enfermidades

Saúde / 15 de Março de 2017 / 0 Comentários
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Cada vez mais, as pessoas estão buscando formas alternativas de tratar doenças. A auriculoacupuntura é uma delas e usa a orelha para estimular pontos espalhados pelo corpo. Uma especialidade dentro da medicina chinesa, a técnica se desenvolveu para, além de curar, também diagnosticar enfermidades por meio dos pontos auriculares. A estimativa é que cerca de 200 doenças possam ser tratadas pela especialidade, a exemplo das de caráteres funcional, neurológico e psicológico. A auriculoacunputura é considerada um dos métodos terapêuticos mais antigos praticados na China.

A técnica entende o pavilhão auricular como uma parte importante do corpo humano por formar um microssistema. O local é considerado um receptor de sinais de alta capacidade, podendo, assim, refletir mudanças fisiológicas de órgãos e membros. Segundo a professora Maria da Glória Leal Resende, a orelha é uma parte do corpo humano bastante irrigada, o que causa estímulo e resposta dentro da reflexologia.

“Apesar de ser uma técnica usada há milênios, só recentemente, por volta de 1950, foi estudada e mapeada por um médico francês, Paul Nogier”, explica a professora, que tem formação em acupuntura avançada pela Beijing University of Chinese Medicine e pela World Federation of Acupunture Moxibustion Societies, além de ser especialista em acupuntura e massoterapia pelo Instituto Superior de Ciências da Saúde e pelo Instituto Mineiro de Acupuntura e Massagem (Incisa/IMAM), onde leciona auriculoacupuntura.

Segundo a professora, hoje existem vários estudos que comprovam o efeito da técnica tanto na visão oriental quanto na ocidental. A Organização Mundial de Saúde (OMS), há pouco tempo, reconheceu a técnica como eficaz para o tratamento de pelo menos 40 patologias, com resultados rápidos e de baixo custo. “É um recurso importante como técnica principal ou complementar e se tornou ferramenta para os profissionais de saúde”, diz a especialista.

A técnica é bastante procurada para tratar dores de coluna, tensões musculares, tendinite, distúrbios emocionais, como depressão, síndrome do pânico e ansiedade, e ainda desarmonias internas, como gastrites e constipações. Também é procurada para o tratamento contra o tabagismo e para perder peso. No emagrecimento, são estimulados pontos responsáveis, por exemplo, por órgãos como intestino e estômago ou situações como retenção de líquidos, ansiedade, estresse, sono ou vontade de comer. Para parar de fumar, também são ativados pontos como os da ansiedade, da insônia e do nervosismo.

Na aplicação da técnica, são usadas sementes, esferas, cristais, agulhas, entre outros recursos terapêuticos. Por isso, é preciso que o profissional que esteja aplicando seja altamente capacitado. São 80 pontos auriculares principais que atingem as mais diversas funções do organismo.

SISTEMA DE SAÚDE

A auriculoterapia, técnica semelhante à auriculoacupuntura, faz parte do rol de procedimentos classificados como Práticas Integrativas e Complementares (PIC) oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Recentemente, sete novos tratamentos foram inseridos: arteterapia, meditação, musicoterapia, naturopático, tratamento osteopático, quiropático e reiki. Além deles, já eram ofertadas terapias comunitárias, dança circular/biodança, yoga, oficina de massagem e automassagem, massoterapia e tratamento termal/crenoterápico.

A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares instituiu no SUS, em 2006, abordagens de cuidado integral à população por meio de recursos terapêuticos, como fitoterapia, acupuntura, homeopatia, medicina antroposófica e termalismo. Os serviços recebem recursos federais, mas são ofertados por iniciativa de cada município. Em 2016, segundo o Ministério da Saúde, mais de 2 milhões de atendimentos utilizando práticas integrativas e complementares foram realizados nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do país. Mais de 770 mil foram de medicina tradicional chinesa, como a acupuntura e a auriculoterapia.

De acordo com o Ministério da Saúde, a procura e o acesso dos usuários do serviço público de saúde a essas práticas têm crescido. O aumento se deve, de acordo com o ministério, a fatores como o maior reconhecimento dessas práticas por evidências científicas, efetividade, maior número de profissionais capacitados e habilitados e reconhecimento da OMS.

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