Pelo fim da Tuberculose

Brasil assume liderança de organização internacional contra a doença, que mata mais de 1 milhão de pessoas por ano no mundo

Saúde / 06 de Novembro de 2019 / 0 Comentários
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Nos próximos três anos, o Brasil vai liderar a estratégia mundial contra a tuberculose. A organização Stop TB, vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU) e que atua nessa frente, será presidida pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a partir de dezembro. A primeira ação efetiva será ofertar pelo Sistema Único de Saúde (SUS) uma nova formulação para o tratamento da doença em crianças menores de 10 anos.

Durante o anúncio, feito em Brasília (DF), no início de setembro, o ministro disse que a tuberculose ainda é uma das principais causas de mortes em todo o mundo. Em 2017, ela foi responsável por cerca de 1,3 milhão de óbitos. “Meu compromisso é promover ações colaborativas envolvendo diferentes países para a inovação do diagnóstico, do tratamento e da atenção a essa doença, reduzindo os óbitos e os impactos na vida do cidadão”, afirmou Mandetta.

A Stop TB conta com 1.700 representantes em mais de cem países e inclui governos, organizações internacionais, agências de pesquisa e financiamento, fundações e ONGs.

“Estamos levando o mundo a eliminar a tuberculose. Por isso, estamos trazendo não apenas o ministro, mas a experiência que o Brasil adquiriu ao longo de tantos anos em um esforço para combater a tuberculose e basicamente conseguir alcançar tanto em um país com uma carga tão alta”, disse a diretora-executiva da Stop TB, Lucica Ditiu.


A tuberculose é uma doença infecciosa transmissível que afeta principalmente os pulmões. É causada pelo bacilo de Koch. No Brasil, segundo informações do Ministério da Saúde (MS), ela causa sérios impactos na saúde pública. A cada ano, são notificados cerca de 70 mil novos casos e ocorrem aproximadamente 4.500 mortes. A tosse seca é o principal sintoma. Quando ela se dá por três semanas seguidas ou mais, deve  ser investigada. Febre repentina, sudorese noturna, emagrecimento, cansaço e fadiga são outros sinais da enfermidade.

Um dos grandes agravantes da doença é a forma de contágio, que ocorre por via aérea, ou seja, pela fala, pelo espirro ou pela tosse das pessoas infectadas. Nesses momentos, são lançadas partículas de saliva que contêm os bacilos. A estimativa é que, anualmente, em média, um indivíduo contaminado possa infectar de 10 a 15 pessoas. Ao mesmo tempo, já está comprovado que não há transmissão por meio do compartilhamento de talheres, copos e outros utensílios.

Assim que é feito o diagnóstico, o tratamento deve ser iniciado. Dessa forma, segundo informações do MS, a transmissão diminui gradativamente. E, antes do diagnóstico, medidas de controle devem sempre ser tomadas, como cobrir a boca com o braço ou com um lenço ao tossir, manter o ambiente ventilado e com bastante luz solar, porque o bacilo é sensível a ela, e a circulação do ar ajuda na dispersão das partículas infectadas.

De acordo com informações da organização Médicos sem Fronteiras, a maioria das pessoas expostas à tuberculose não desenvolve os sintomas, já que a bactéria pode viver na forma inativa dentro do corpo. “Entretanto, se o sistema imunológico enfraquece, a bactéria da tuberculose pode se tornar ativa. Cerca de 10% das pessoas infectadas vão desenvolver a forma ativa e contagiosa da doença em algum ponto de suas vidas”, informou a organização.

Os Médicos sem Fronteiras atuam no combate à tuberculose há 30 anos, oferecendo tratamento em diferentes locais do mundo. Somente em 2016, mais de 20 mil pacientes foram tratados pela organização.


 

Tratamento

Outro agravante da doença é o abandono do tratamento. Assim que percebe uma melhora, o paciente muitas vezes para de tomar a medicação, mas, pouco tempo depois, volta a sentir os sintomas, e, aí, a tuberculose se manifesta de forma ainda mais grave. O tratamento completo dura, no mínimo, seis meses. Ele é gratuito, disponibilizado pelo SUS e deve ser acompanhado diretamente pelos profissionais de saúde. O MS ressalta que a doença tem cura desde que o paciente siga o tratamento corretamente.

A principal forma de prevenção, hoje, é tomar a vacina BCG na infância. Ela é ofertada gratuitamente pelo SUS e faz parte do calendário nacional de vacinação. Outra forma de prevenção é a avaliação de quem teve contato com doentes, medida que permite identificar rapidamente se houve contágio.

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