Pneu com etiqueta

Programa Brasileiro de Etiquetagem, do Inmetro, regulamenta informações que devem constar em pneus novos

Fique de Olho / 12 de Junho de 2018 / 0 Comentários

Etiqueta mostra principais itens classificados pelo Inmetro

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Desde o início de maio, pneus novos radiais de passeio, comerciais leves, caminhões e ônibus só podem ser comercializados no país com a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (Ence). A implementação faz parte do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), que há três anos está sendo estudado pelo Instituto Brasileiro de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). A norma foi regulamentada por meio da Portaria 544/2012.

Para esclarecer ao consumidor e aos comerciantes como funciona a nova etiquetagem, a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip) publicou material informativo. Segundo a associação, a etiqueta possui três critérios principais. O primeiro deles é a resistência ao rolamento, que está relacionada diretamente à eficiência energética. Esse item, de acordo com a associação, “mede a energia absorvida quando o pneu está rodando. Com isso, quanto menor for a resistência ao rodar, menores serão o consumo de combustível e o impacto ao meio ambiente por meio da emissão de CO2”. Nesse caso, a etiqueta terá seis classificações, sendo A a mais eficiente.

O segundo critério é aderência ao piso molhado. Conforme informações da Anip, a escala vai de A, com melhor desempenho, até E. Essa classificação mede a distância percorrida pelo veículo após a frenagem quando a pista está molhada. Já o terceiro critério é ruído externo, que indica o nível de barulho produzido pelo pneu, o que também gera impacto no meio ambiente. O limite, nesse caso, é de 75 dB para veículos de passeio, de 77 para comerciais leves e de 78 para caminhões e ônibus.

O comércio está se preparando para a nova norma desde 2015, quando o Inmetro anunciou a mudança. Agora, a etiqueta passa a ser obrigatória para produtos nacionais e internacionais. Os pontos de venda tiveram o período para vender todo o estoque antigo.

Não se adequam à resolução pneus reformados, de bicicletas, para uso exclusivo em veículos agrícolas, os destinados a competições, militares, industriais e de empilhadeiras. Também não precisam seguir a norma os pneus de motocicletas, motonetas, ciclomotores, veículos de coleção, os diagonais, para uso temporário e profissional em condições off-road.

O presidente da Anip, Klaus Curt Müller, informa que a regra tem o objetivo de oferecer mais transparência ao consumidor e ajudá-lo a escolher o pneu mais adequado a seu veículo e a seu tipo de direção. “Desde 2015, além da diferenciação dos produtos no mercado, a etiqueta passou a ser mais um estímulo à competitividade entre os fabricantes, o que favorece o desenvolvimento e a fabricação de produtos cada vez mais eficientes”, explica.

Segundo a Anip, a etiqueta dá ao consumidor uma ferramenta de informação adicional no momento da compra. “O regulamento ainda definiu limites mínimos de performance para cada um dos três critérios e que permitem a entrada de apenas produtos do mercado brasileiro que atendam a esses limites, trazendo efetivos benefícios à saúde e à segurança do usuário, bem como ao meio ambiente”, informa a entidade.

Segurança

Além de observar a etiqueta no momento da compra, o consumidor precisa fazer a manutenção adequada para garantir a segurança, já que o pneu é o único ponto de contato entre o veículo e o solo. Segundo a Anip, o motorista deve observar dez pontos essenciais. O primeiro é o desgaste, que influencia a estabilidade do veículo. É importante conferir o desgaste dos Tread Wear Indicators (TWIs), ou seja, daqueles “pelinhos” de 1,6 milímetro de altura presentes nos sulcos do pneu que reduzem com o tempo.

O segundo ponto é a calibragem. De acordo com a associação, os pneus devem ser calibrados semanalmente, sempre a frio, seguindo as orientações do manual do veículo. Também tem o excesso de peso, que pode prejudicar a estrutura do pneu. O quarto ponto é o alinhamento, que impacta a direção do veículo. Ele deve ser feito a cada 10 mil km rodados. O balanceamento precisa ocorrer na mesma medida e sempre quando houver troca de pneu.

Outro ponto importante destacado pela Anip é o rodízio dos pneus. Como há níveis diferentes de desgaste, é importante fazer a troca deles para corrigir as diferenças e dar mais estabilidade ao carro, principalmente nas curvas e nas frenagens. O consumidor deve ficar atento ainda aos produtos que atacam o pneu, como os derivados de petróleo. Por isso, não se pode estacionar em poças de óleo, por exemplo.

O oitavo destaque é saber “ler” o pneu, ou seja, verificar as letras e os números gravados na lateral dele. Eles informam carga e pressão máximas, local e data de fabricação, limite de velocidade, dimensões, tipo de construção e modelo. Na hora de comprar um pneu novo, é importante consultar o manual do veículo para saber qual o tamanho e os limites de carga e velocidade adequados.

A Anip destaca como décimo ponto o descarte adequado do pneu após ser usado. Hoje, os próprios pontos de venda recebem pneu velho. Assim, é possível fazer o descarte ambientalmente correto a fim de que a borracha seja usada na fabricação de outros itens, como asfalto-borracha, pisos de quadras, playgrounds, tapetes de borracha e solas de sapatos.

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