Representante de peso

SindMútuo-MG foi criado para reunir associações de transportadores para representá-las na demanda por reconhecimento e liberdade de atuação

Mobilização / 04 de Abril de 2018 / 0 Comentários

Associações criam fundo próprio exclusivamente destinado à prevenção e à reparação de danos, como em caso de acidentes

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As associações de proteção e auxílio mútuo para transportadores rodoviários ganharam um aliado importante em Minas Gerais: o Sindicato das Associações de Auxílio Mútuo dos Transportadores de Carga e de Pessoas do Estado de Minas Gerais (SindMútuo-MG). As entidades se caracterizam pela organização de transportadores de carga para garantir direitos e obrigações recíprocas ao criarem fundo próprio exclusivamente destinado à prevenção e à reparação de danos ocasionados a seus veículos por furto, acidente, incêndio, entre outros motivos.

Parceiro da Federação Nacional das Associações de Caminhoneiros e Transportadores (Fenacat), que vem representando as associações em reuniões no Congresso, o sindicato busca enriquecer a representatividade das entidades mineiras na busca pela legitimidade em oferecer prevenção e reparação de danos e mostrar a diferença entre elas e as seguradoras. Há mais de dez anos, a Fenacat trabalha junto a parlamentares a fim de sensibilizá-los quanto à importância de associações para garantir a sustentabilidade do setor de transporte.

“Em parceria com a Fenacat, entidade que também tem participação de vários diretores do SindMútuo, vamos buscar, cada vez mais, conquistar o espaço político necessário à representação. Um sindicato tem essa função. Em Minas, são mais de cem associações. Aquelas pessoas que trabalham da maneira correta e exigem padrões éticos dentro de suas entidades podem se filiar. Temos como objetivo final resguardar a atuação dessa entidade e também proteger os transportadores de cargas das associações que não são voltadas para o beneficio do transportador”, diz o presidente do SindMútuo, Geraldo Eugênio de Assis.

“Fomos os pioneiros nesse modelo de proteção. Embora o sistema exista há mais de 30 anos, em 2003 criamos algo inédito para o sistema de ajuda mútua. Todos que fazem parte do SindMútuo conhecem bem esse modelo de associativismo. Temos um legado que nos torna capazes de defender as associações mineiras”, completa Geraldo Eugênio.

Membro do conselho fiscal do sindicato, Márcio Arantes, presidente da Associação Particular de Ajuda ao Colega (Apac Sul), reforça a importância de haver um representante capaz de falar em nome das associações que levam a sério o compromisso com os profissionais do transporte rodoviário de cargas (TRC).

“Estávamos precisando nos organizar melhor, e o sindicato veio para fazer isso. Essas entidades que não são condizentes com o que a gente busca, que não trabalham seriamente nos preocupam bastante. Por causa delas, há muita reclamação no mercado. Muitos veem como fonte de renda, mas nós vemos como garantia de nossos bens”, destaca Arantes.

Ainda de acordo com ele, embora o SindMútuo seja recente, as discussões acerca das pautas do sindicato são constantes entre os integrantes, que já têm o hábito de se reunir para tratar de reivindicações em comum.

“É como diz aquele ditado: as notícias boas caminham, e as ruins voam. Quando uma associação não paga, atrasa o pagamento ou faz qualquer outra coisa errada, as pessoas generalizam. Os fundadores do SindMútuo são pessoas que trabalham corretamente. Alguns já estão há dez anos nessa área e nunca receberam reclamações. A importância do sindicato é justamente a de organizar e promover quem atua direito”, salienta Arantes.

União

Conforme já foi mostrado em outras edições da Entrevias, as associações de auxílio mútuo enfrentam há anos a resistência de instituições representativas das seguradoras. Segundo o diretor administrativo do SindMútuo, Márcio Antônio de Oliveira, da Associação de Proteção aos Transportadores de Cargas (Autocarga), em um Estado com a maior malhar rodoviária do Brasil a atuação das associações é fundamental.

“O mercado de transportes hoje é muito grande em Minas Gerais. Unidos é que vamos ter forças para enfrentar aqueles que são contrários a essa ideia. E no TRC sabemos que têm mais segurança aqueles que aderiram a sindicatos. Exemplo disso são os cegonheiros, que conseguiram unir forças pela categoria”, pontua.

O vice-presidente do SindMútuo e também presidente do conselho fiscal da Associação de Prevenção de Acidentes e de Assistência aos Amigos e Cooperados da Coopercemg (Apacoop), Raimundo Amâncio, lembra que o Judiciário já tem claro entendimento sobre a atuação das associações: “O que fazemos é ratear as despesas apuradas no mês anterior entre os associados proporcionalmente às quotas existentes com o limite máximo de valor a ser indenizado. Dessa forma, é mais benéfico ao transportador”.

Para Rogério Batista do Carmo, presidente da Apacoop e membro da diretoria do SindMútuo, as associações funcionam de forma legítima, atendendo aos transportadores que não conseguem acessar um seguro. “Os roubos frequentes de cargas e o excesso de violência nas estradas, aliados à dificuldade de cobertura pelas seguradoras, têm levado os motoristas a adotarem formas de proteção mútua que não se assemelham à venda de seguros. O mercado pratica valores absurdos para os caminhoneiros, e as associações são fundamentais para a sobrevivência desses profissionais”, afirmou.

O SindMútuo-MG tem em sua diretoria-executiva os seguintes membros:  Geraldo Eugênio de Assis (presidente); Raimundo Amâncio Duarte (vice-presidente); Márcio Antônio de Oliveira (diretor administrativo); Rogério Batista do Carmo (diretor financeiro). No conselho fiscal estão Márcio Antônio Arantes, Rogério Mitraud Silveira e Giovani Andrade Almeida.

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