Roubos em queda, perigo em alta

Ocorrências relacionadas a cargas roubadas diminuíram no país em 2019, mas, para o setor, cenário ainda é de prejuízo e muita preocupação

Segurança / 23 de Julho de 2020 / 0 Comentários
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Em 2019, 18.382 ocorrências de roubos de cargas foram registradas no Brasil. Esse número indica uma redução de aproximadamente 17% em relação ao ano anterior e de quase 30% na comparação com 2017. Os dados foram apresentados em maio pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), que divulga, anualmente, desde 1998, as estatísticas dessa modalidade criminosa no país.

Apesar do recuo no índice de ocorrências, os resultados ainda apontam para um cenário de muita insegurança, o que preocupa o setor, além, é claro, de causar um enorme prejuízo. Somente no ano passado, o rombo provocado pela criminalidade chegou perto de R$ 1,4 bilhão.

“Os números, embora estejam caindo, continuam sendo inaceitáveis. Os roubos ocorrem porque aqueles que compram as cargas roubadas e incentivam o crime estão impunes por conta de uma legislação arcaica. Temos urgentemente que agravar as penalidades para esse delito, tanto para o receptador quanto para o estabelecimento, que deverá ter a licença de funcionamento cassada”, afirma o vice-presidente para assuntos de segurança da NTC&Logística, Roberto Mira.

Para o presidente da entidade, Francisco Pelucio, a redução do número de ocorrências está relacionada, em grande parte, aos vultosos investimentos feitos pelas próprias transportadoras em tecnologias e medidas de segurança. Ele também ressalta o trabalho dos órgãos de segurança pública estaduais e federais, que têm atuado com mais rigor no combate a esse tipo de delito.

Recortes

De acordo com o levantamento da associação, a região Sudeste do país continua sendo a mais afetada. Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo respondem por 84,26% das ocorrências nacionais. Na sequência, aparecem as regiões Sul (6,52%), Nordeste (6,29%), Centro-Oeste (1,69%) e Norte (1,24%).

Entre os Estados, o fluminense se manteve na liderança, com 40,56% dos roubos, seguido pelo paulista, com 39,85%. Juntos, os territórios mineiro e capixaba acumularam um prejuízo de R$ 952,93 milhões em 2019.

Também não houve muitas mudanças no quesito de produtos mais visados. A NTC&Logística apurou que itens alimentícios, cigarros, eletroeletrônicos, combustíveis, bebidas, artigos farmacêuticos, autopeças, defensivos agrícolas e têxteis e confecções continuam sendo os preferidos pelos criminosos.

“A entidade continuará buscando meios de deter esses crimes com um trabalho integrado com os órgãos públicos e privados, informando e cobrando um olhar mais atento do transportador brasileiro, responsável por movimentar mais de 65% de todas as riquezas do país”, ressalta Pelucio. 

 

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