Saldo negativo

Em 2020, vendas de veículos no Brasil sofreram uma queda de ao menos 20%. Ano foi marcado por pandemia, fechamento de lojas e crise econômica.

Economia / 22 de Fevereiro de 2021 / 0 Comentários
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Duas pesquisas de entidades distintas mostram que a venda de automóveis e caminhões novos despencou em 2020, ano de retração econômica causada pela pandemia da Covid-19.

A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) registrou uma retração de 21,6% em relação a 2019. Segundo a instituição, foram emplacados 3,16 milhões de veículos em 2020 contra 4,03 milhões no ano anterior.

As vendas de carros de passeio caíram 28,5%, tendo sido comercializados 1,61 milhão de automóveis. Já o emplacamento de caminhões encolheu 12,3%. Foram vendidas 89,2 mil unidades no ano, sendo 9.600 em dezembro último, conforme consta no balanço da Fenabrave.

O setor de motocicletas teve uma queda de 15% em relação ao ano anterior. No caso dos ônibus, o recuo nas vendas foi de 33%, tendo sido vendidas 18,2 mil unidades.

Já os dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostram uma queda de 26,2% na venda de veículos no país em 2020, quando foram licenciados mais de 2 milhões de unidades ao todo.

Dezembro foi o melhor mês, com um crescimento de 8,4% na comparação com novembro. “A indústria fez um grande esforço para atender a demanda, trabalhando nos fins de semana e suspendendo parte das férias coletivas, mas entrou em 2021 com o estoque mais baixo da história, suficiente apenas para 12 dias de vendas”, avaliou o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes.

Por outro lado, segundo ele, embora as quedas tenham sido acentuadas, não foram tão drásticas quanto as indicadas pelas projeções do início da pandemia. “A grande injeção de recursos emergenciais na economia e a força do agronegócio ajudaram a amenizar as perdas do segundo trimestre, quando boa parte das fábricas e lojas permaneceu fechada”, afirmou Moraes.

Para 2021, a expectativa é que o Produto Interno Bruto cresça em torno de 3,5%, de acordo com o presidente da Anfavea. “Nossa estimativa para o setor é conservadora, com um crescimento de 15% nos emplacamentos totais, de 9% nas exportações e de 25% na produção. Se percebermos que existe um movimento diferente das premissas iniciais, poderemos rever e ajustar as projeções”, concluiu.

Ford

Depois de encerrar a produção de caminhões e do Fiesta na fábrica de São Bernardo do Campo, em São Paulo, em 2019, a Ford, agora, anunciou o fechamento de outras unidades no Brasil. Serão finalizadas as atividades nas plantas de Camaçari, na Bahia, e Taubaté, em São Paulo. Será mantida apenas a produção de peças para suprir o estoque do pós-venda. A fábrica da Troller em Horizonte, no Ceará, será fechada no fim do ano.

O Centro de Desenvolvimento de Produtos, na Bahia, o Campo de Provas, em Tatuí, em São Paulo, e a sede regional na capital paulista também permanecerão em funcionamento. Segundo a empresa, o mercado nacional será abastecido com veículos produzidos na Argentina e no Uruguai.

A decisão foi justificada pela crise gerada pela pandemia da Covid-19. “A Ford está presente há mais de um século na América do Sul e no Brasil, e sabemos que essas são ações muito difíceis, mas necessárias para a criação de um negócio saudável e sustentável”, afirmou o presidente e CEO da empresa, Jim Farley.

Ainda não foi divulgado o número de demissões em todas as plantas da Ford que serão fechadas. Estima-se que somente em Taubaté 830 funcionários sejam dispensados da montadora. O Ministério Público do Trabalho abriu três inquéritos civis para avaliar os danos sociais do fechamento das fábricas no país. (Com a Agência Brasil)

 

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