Socorristas pedem socorro

Editorial / 10 de Fevereiro de 2020 / 0 Comentários
A- A A+

O ano novo chegou atribulado para os mineiros: chuvas torrenciais – consideradas as piores do último século, com mais de 55 mortes no Estado –, suspeita de coronavírus e a marca de um ano do rompimento da barragem em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte (ainda com 11 desaparecidos). No primeiro e no último caso, a ajuda de voluntários foi indispensável para que muitas pessoas conseguissem sobreviver. No entanto, os grupos civis de resgate enfrentam, mais uma vez, dificuldades para exercerem suas atividades.

Em 2019, a primeira edição da Entrevias mostrou a peleja deles em função da Portaria nº 33/2018, publicada pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, que limita a ação dos voluntários no Estado ao exigir que os atendimentos pré-hospitalares sejam realizados somente por médicos, enfermeiros ou técnicos em enfermagem.

Em 2020, voltamos a tratar do assunto no primeiro mês do ano. Em pleno período chuvoso, com vários registros de deslizamentos de terra, desmoronamentos e até afogamentos, os socorristas voluntários estão na iminência de suspender os trabalhos por causa da falta de diálogo com a corporação, conforme alertado pelo presidente da Associação de Bombeiros Voluntários e Equipes de Resgate Voluntário do Estado de Minas Gerais (Volunterminas), Fabrício de Oliveira Coelho, na matéria de capa desta edição.

Diante do impasse e da incoerência da norma – já que os bombeiros também não contam com médicos, enfermeiros nem técnicos em enfermagem –, a população corre o risco de ficar sem a ajuda daqueles que se dedicam a fazer o bem ao próximo. É preciso que haja uma mudança urgente na legislação para que essas restrições e exigências impraticáveis não impeçam os voluntários de agir, sobretudo no momento em que as pessoas mais precisam da união de todas as forças.

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião de Revista Entrevias. É vedada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. Revista Entrevias poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.