Sororidade no TRC

Ministério dos Transportes recebe duas mulheres de peso na equipe: Maria Alice Nascimento, no Departamento de Segurança no Trânsito, e Viviane Esse, que assumiu a Secretaria de Transportes Rodoviários

Perfil / 24 de Abril de 2023 / 0 Comentários

Sororidade é uma palavra que diz respeito à união e à solidariedade entre as mulheres. Para elas terem cada vez mais espaço e voz nos setores que ainda são majoritariamente masculinos, estarem juntas é sinal de força. Recentemente, duas mulheres com currí

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Sororidade é uma palavra que diz respeito à união e à solidariedade entre as mulheres. Para elas terem cada vez mais espaço e voz nos setores que ainda são majoritariamente masculinos, estarem juntas é sinal de força. Recentemente, duas mulheres com currículos e experiências admiráveis foram nomeadas para assumirem frentes importantes para o país: o transporte rodoviário e a segurança no trânsito.

Maria Alice Nascimento Souza tomou posse no Departamento de Segurança no Trânsito. Com uma trajetória marcada pelo pioneirismo, ela se destaca como uma mulher que abre portas para outras mulheres em muitos espaços em que a voz feminina ainda é pouca. Já Viviane Esse assumiu a recém-criada Secretaria de Transportes Rodoviários do Ministério dos Transportes, e é a primeira vez que uma mulher está à frente dessa área no país.

Maria Alice é graduada em ciências sociais com especialização em sociologia, ciências políticas e antropologia pela Universidade Federal do Paraná. É servidora da Polícia Rodoviária Federal (PRF), onde ingressou em 1985. Ela e outras quatro agentes foram as primeiras mulheres a ingressar na PRF. Em 2011, foi a primeira mulher a ocupar o cargo de diretora-geral da PRF.

E não para por aí. Ela conversou com a Entrevias e contou que também foi a primeira superintendente regional, primeira motociclista da PRF, primeira mulher entre todas as polícias do país a fazer curso de batedor. “Deve ser a minha missão. Nunca imaginei que seria assim, mas foi acontecendo”, disse.

Sobre preconceito, ela afirmou que sempre existiu e ainda existe, mas que acredita muito no preparo para que a mulher se sinta segura de ser o que quiser ser. “Quando assumi a direção geral da PRF, todos os representantes de classe da Polícia Rodoviária Federal – sindicatos, federação – foram até o então ministro José Eduardo Cardozo reclamar que não queriam uma mulher. Mas, quando olharam todo o meu histórico, o meu preparo para estar ali, todo o trabalho que fiz, eu já tinha passado por todo o processo da carreira, todas as funções, não tinha nada que me desabonasse”, contou Maria Alice. 
 

Projetos


Agora, à frente do Departamento de Segurança Viária, Maria Alice contou um pouco sobre os planos e os projetos para a sua gestão. A primeira medida importante é dar continuidade ao Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans). “Estamos fazendo uma revisão porque ele tem objetivos que devem ser revisados a cada dois anos. O Pnatrans é um grande marco da política de Estado dentro da segurança viária”, afirmou a especialista.

A nova premissa que vai nortear as ações é a de que a responsabilidade sobre um trânsito seguro é compartilhada. O Pnatrans, segundo ela, tem seis pilares: gestão da segurança; vias seguras; segurança veicular; educação para o trânsito; atendimento; e normatização e fiscalização. Para isso, todos são importantes, inclusive parceiros como instituições, municípios, Estados, departamentos de trânsito, entre outros. “Todas essas instituições, seja na construção de uma via, seja no atendimento às vítimas ou na área de educação, todos fazem parte desse sistema de segurança no trânsito. E vamos trabalhar com ações preventivas que permitam a humanização dele”, afirmou Maria Alice Nascimento.

Sua vasta experiência vai auxiliar muito na gestão do departamento. Maria Alice foi fundadora do Rodovida, projeto que implementou quando era diretora-geral da PRF e que virou um programa de governo. Na época, segundo conta, foi feito um estudo amplo pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em que se constatou o custo social dos acidentes de trânsito.

Um dos objetivos agora é repetir o estudo para servir de subsídio ao Pnatrans. “Já atendi acidentes, fui policial de pista por muitos anos, atuei em ações preventivas, em campanhas educativas, estive em todas as posições dentro da polícia até chegar a ser gestora disso tudo. Isso me trouxe uma visão sistêmica do trânsito. Todas essas políticas que podemos criar e trabalhar precisam ter uma visão do resultado final, lá na rodovia, na via, na pista, ou seja, tem que ter gestão com indicadores e critérios”, afirmou.
 
Sobre Viviane Esse

Também dentro da estrutura do Ministério dos Transportes, a servidora pública de carreira da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) Viviane Esse chega para quebrar paradigmas. Viviane está há quase 20 anos no setor público. Em sua trajetória profissional, foi superintendente de exploração de infraestrutura rodoviária na ANTT, secretária executiva adjunta no Ministério da Infraestrutura, subchefe de articulação e monitoramento substituta na Casa Civil da Presidência da República, além de ter executado outras funções.

 



Formada em engenharia civil pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), ela também é graduada em tecnologia de processamento de dados pelo Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (Ceeteps). É mestre em modelos de previsão de desempenho de pavimentos pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e especialista em regulação de transportes terrestres pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A experiência de Viviane é ampla na área de infraestrutura de transportes, especialmente em rodovias. “Tenho a certeza de que podemos resgatar a malha rodoviária nacional de modo a propiciar maior qualidade e segurança a todos os usuários e setores que rodam pelo nosso país”, afirmou a secretária. 

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