TRC x novo coronavírus

Pesquisa realizada pela FreteBras mostra que um em cada cinco motoristas teve Covid-19. Levantamento também indica que 59% dos transportadores usam máscara, e 30% passaram a se alimentar melhor na pandemia.

Saúde / 22 de Fevereiro de 2021 / 0 Comentários
A- A A+

Uma pesquisa realizada com motoristas profissionais revelou que 19% (ou um quinto) deles foram infectados pelo novo coronavírus. O estudo foi feito pela FreteBras, uma plataforma on-line de transporte de cargas.

Segundo o diretor de operações da empresa, Bruno Hacad, os caminhoneiros ficaram extremamente vulneráveis à Covid-19 por conta da profissão. “Enquanto parte da população estava em casa, eles percorriam estradas pelo Brasil ou estavam carregando e descarregando alimentos, combustíveis e remédios para abastecer os centros de distribuição”, afirmou ao Blog do Caminhoneiro.

Mesmo diante do risco, apenas 59% dos profissionais responderam que usam a máscara de proteção quando estão na presença de outras pessoas. O acessório é uma das formas mais eficientes de impedir a propagação do vírus, de acordo com especialistas. Por outro lado, a pesquisa mostrou que alguns caminhoneiros ficaram mais preocupados com a própria saúde nesse período: 30% afirmaram que passaram a se alimentar melhor e de maneira mais saudável durante a pandemia.

O levantamento da plataforma on-line foi feito antes da chegada da vacina ao Brasil. Nele, os entrevistados também afirmaram estar preocupados com os ganhos financeiros. Mais de 40% responderam que não estavam preparados, por exemplo, para um novo fechamento do comércio.

Auxílio

No período mais crítico de propagação da doença, em 2020, vários restaurantes nas rodovias ficaram fechados, reduzindo o acesso à alimentação de quem estava na estrada. Por isso, a FreteBras distribuiu marmitas, máscaras e álcool em gel. Também foram entregues cartilhas para orientar os motoristas sobre o novo coronavírus. Outras entidades, como a Copagaz, e o poder público promoveram blitzen para entregar materiais informativos aos caminhoneiros.

O estudo com os transportadores foi realizado virtualmente. A empresa possui, hoje, mais de 420 mil profissionais cadastrados, o equivalente a um terço dos caminhoneiros do país.

Prioridade

Os trabalhadores do transporte estão no grupo prioritário da vacina contra a Covid-19. Eles foram incluídos pelo Ministério da Saúde em meados de janeiro último por serem prestadores de serviços essenciais para o desenvolvimento do país.

Também estão nessa lista: portuários (incluindo os que atuam na área administrativa), funcionários de companhias aéreas nacionais, de empresas metroferroviárias de passageiros e de cargas, de empresas brasileiras de navegação e motoristas e cobradores dos transportes coletivos de passageiros urbano e rodoviário.

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, comemorou a inclusão. “Essa é uma grande notícia para os nossos trabalhadores que continuaram, mesmo durante a pandemia, prestando um grande serviço ao país. Esses profissionais terão o suporte do governo federal para assegurar a vacinação como grupo prioritário, e vamos garantir a segurança e as condições que eles precisam para continuarem nas estradas, nos portos e nas ferrovias”, afirmou.

Para ser vacinado, o profissional terá que apresentar um documento que comprove o vínculo com um dos grupos prioritários. O período da imunização ainda não foi divulgado pelo Ministério da Saúde. A Confederação Nacional do Transporte (CNT) colocou à disposição as 157 unidades operacionais do Sest/Senat no Brasil para a aplicação da vacina.

Prevenção

Os profissionais do transporte que estão na ativa devem manter os cuidados, já que o período ainda é considerado pandêmico. A presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia no Distrito Federal, Heloísa Ravagnani, repassou à CNT algumas recomendações que devem ser seguidas pelos caminhoneiros: não cumprimentar pessoas de forma próxima, evitando apertos de mãos e abraços e mantendo ao menos um metro de distância; evitar se apoiar ou tocar em lugares sem necessidade; ficar distante de quem estiver tossindo; higienizar as mãos com álcool em gel a cada meia hora; lavar as mãos com água e sabão em todas as paradas; tocar nas maçanetas das portas com um papel-toalha; e higienizar sempre o volante, o câmbio, o freio de mão e o painel do caminhão.

Outra dica é preferir talheres e pratos descartáveis ou ter os seus próprios utensílios e nunca compartilhar toalhas de banho ou de rosto. Heloísa lembra que os sintomas mais comuns da Covid-19 são febre, tosse e dificuldade para respirar. Alguns pacientes também podem apresentar cansaço, dor no corpo, mal-estar, congestão, corrimento nasal, dor de garganta e dor no peito.

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião de Revista Entrevias. É vedada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. Revista Entrevias poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.