1.500 KM em 22 dias

Comportamento

Comportamento / 04 de Novembro de 2015 / 0 Comentários
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Estudante carioca-curitibano, de 21 anos, encara aventura: ir para Buenos Aires de bicicleta

O estudante carioca Alisson Franco Soares, 21 anos, pegou sua bicicleta e foi pedalando de Curitiba,
onde mora, até Buenos Aires, capital da Argentina. Era um sonho? Não, ele conta que a ideia surgiu do nada, mais uma como tantas outras que ele coloca em prática. Faltava um mês para tirar férias no trabalho, comprou uma bicicleta e avisou aos entes queridos e aos amigos que iria para a Argentina. “A viagem durou 22 dias. Tinha que voltar para o Brasil, pois minhas férias estavam acabando. Eu fiz metade do litoral paranaense e todo o litoral de Santa Catarina. Quando cheguei a Torres (RS), conheci
uma gaúcha apaixonante e por lá fiquei alguns dias, seguindo, depois, para Pelotas (RS). De lá tive que pegar um ônibus para o Chuí (RS), pois não daria tempo de fazer todo o litoral do Uruguai e ir para Buenos Aires”, conta Alisson.

Sobre os riscos e as dificuldades da aventura, o estudante diz que, nas estradas brasileiras, teve que dividir espaço com “os imponentes caminhoneiros” e avalia que os acostamentos não são adequados. “Não há estrutura um tamanho específico para o tráfego de pessoas e bicicletas, nem mesmo para algum veículo parar. Eu pedalei sob todos os climas e períodos: no frio, no calor, na chuva, no sol, de dia e de noite. Com o tempo, você vai aprendendo com a estrada, com os veículos, a como se localizar e a se situar”. Ele ressalta que recebia muitas buzinadas de caminhoneiros como se fossem incentivos: "Vaaaai, garoto, você consegue!". Em dias de chuvas, era outro tipo de comunicação,
um alerta, pois a estrada estava perigosa. O mesmo acontecia à noite.

SUPERAÇÃO
Alisson aponta diferenças nas estradas do Brasil e da Argentina, sendo que este último apresenta melhor estrutura, embora com poucos postos de combustíveis funcionando 24 horas. Segundo ele, lá os motociclistas utilizam muito o acostamento, deixando a estrada livre para carros e caminhões. Outra característica do comportamento dos motoristas argentinos no trânsito, de acordo com o ciclista viajante, é a dinâmica do fluxo de veículos, com ultrapassagens frequentes. “Minha aventura foi sair de casa de bicicleta e ir para a Argentina. Pedalei cerca de 1.500 km e, por alguns motivos, tive que fazer parte do trajeto de ônibus (portanto, ao todo, foram em torno de 1.870 km). Talvez, seu sonho de aventura (do leitor) não seja ir de bicicleta até a Argentina. Talvez seja largar aquele emprego monótono e odiado todos os dias, ou terminar aquele relacionamento empurrado com a barriga, ou, ainda, mostrar
realmente quem você é para o mundo, sem medo de ouvir uma opinião qualquer. Procure o novo e faça realmente valer a pena cada segundo de sua vida. Caiu, levanta. Escolheu, aguenta. Amou, paciência. Sorriu, desfrute. Chorou, chore até soluçar. Todos os dias, você é uma folha em branco do livro da vida, em que você é o autor, o escritor e o protagonista da história”, incentiva Alisson.

 

ALGUNS RELATOS DO VIAJANTE*
“Neste momento, estou na casa deste amigo uruguaio do colombiano, e sua irmã, com o baby, e o marido estão aqui também. Eu dei 100 pesos (moeda argentina) para um cara que tinha 99% de chance de estar mentindo só para conseguir uma grana, e aqui estou eu com comida, banho e cama quentinha. Desde que eu saí de Curitiba, de bike, muitas coisas me aconteceram, e, em todas elas, Deus estava comigo. Agradeço por Ele ter me abençoado até aqui, e vamos que vamos, que a Argentina fica logo ali.”

“Salveee, salve, galera!! (...) O sol ficou dando altas gargalhadas o dia todo. Apesar de pedalar tudo isso na BR, tinha altos visuais! Faltando 30 km pra chegar a Torres (RS), a câmera de ar de minha bicicleta furou. Fui a um borracheiro, e o cara fez o serviço sem cobrar. Ofereci 1 dólar, pois era o único dinheiro que tinha no momento. Ele não aceitou e ainda me deu R$ 5 (hahaha). Esse mundão é lindo demais. Escureceu, e pedalei mais uns 12 km, no escuro. Durante o percurso, estava muito preocupado e querendo chegar logo. Foi aí que deparei com algo fantástico: um cometa rasgando o
céu com toda a sua força! Fiquei feliz, mas minha câmera de ar estourou novamente. Andei uns 2 km até chegar a um posto de gasolina. E aqui estou eu, bolado e rindo da situação ao mesmo tempo! Está mais fácil chegar à Argentina do que a Torres...” 

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