30 anos de rodovias Privadas

Estudo mostra a melhoria da malha viária brasileira a partir das concessões rodoviárias e o que ainda precisa melhorar

Estradas / 17 de Novembro de 2023 / 0 Comentários

São 30 anos de concessões rodoviárias no país, e um estudo feito pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostra as diversas disparidades entre a malha concedida e a administrada pela União. A pesquisa aponta a evolução do Programa de Concessões de

A- A A+

São 30 anos de concessões rodoviárias no país, e um estudo feito pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostra as diversas disparidades entre a malha concedida e a administrada pela União. A pesquisa aponta a evolução do Programa de Concessões de Rodovias Federais (Procrofe), que completa três décadas em 2023.

Considerando condições do pavimento, sinalização e geometria da via, por exemplo, a malha federal concedida foi avaliada como ótima ou boa em 67,1% de sua extensão em 2022. Já no caso das rodovias sob gestão pública, apenas 32,4% da extensão atingiu o patamar de ótimo ou bom. 
 
O primeiro contrato de concessão rodoviária assinado do Brasil foi o da ponte Rio-Niterói (BR-101/RJ). De acordo com dados da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), atualmente são 75 projetos que contemplam rodovias federais, estaduais e municipais, superando 26,5 mil km de rodovias sob administração privada.
 
Segundo análise da CNT, “o Brasil possui grande potencial para atrair investimentos privados, mas ainda existe a necessidade de aprimoramentos para tornar o ambiente de negócios mais atrativo ao investidor, com bases institucionais, jurídicas e regulatórias estáveis”. De acordo com a CNT, é preciso aprender com os erros de experiências que não tiveram êxito e equacionar os contratos que estão vigentes. “E, sobretudo, planejar o futuro das concessões rodoviárias, discutindo formas de melhorar a execução contratual e ampliar a extensão da malha concedida”, informou no estudo.
 
Para Vander Costa, presidente do Sistema Transporte, “o transporte é um vetor de desenvolvimento, e os governos precisam encarar essa questão como fundamental para o avanço econômico e social do país”. “O ritmo de implantação de infraestrutura de transporte no Brasil ainda é muito baixo, e a situação exige soluções urgentes, sendo a concessão um desses caminhos. A comparação das gestões pública e privada evidencia as diferenças”, destacou o presidente da CNT.
 
No tópico investimento, a pesquisa da CNT mostrou que essa é uma condição necessária para melhorar a qualidade das rodovias e dos serviços prestados. No período entre 2016 e 2022, por exemplo, as rodovias federais concedidas receberam, em média, 2,3 vezes mais investimentos por quilômetro do que as administradas pelo poder público federal. Foram R$ 398,03 por km e R$ 170,25 por km, respectivamente.
 
O estudo traz medidas urgentes como melhoria da malha viária no país. A primeira delas é a construção de uma política de Estado em que a iniciativa privada seja um pilar para o desenvolvimento da infraestrutura de transporte. Outras medidas são: ampliar e garantir a execução dos recursos orçamentários destinados à malha sob gestão pública; priorizar e dar continuidade aos leilões dos projetos que constam no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI); recorrer às parcerias público-privadas (PPPs) para aqueles projetos economicamente viáveis na modalidade de concessão pura; tornar os leilões de concessões de rodovias atrativos a empresas internacionais e a empresas de menor porte e garantir a segurança jurídica para investidores.
 
Outros pontos são: concretizar a relicitação dos contratos aderentes ao mecanismo de devolução amigável; dar celeridade à implementação do sistema de pedágio que calcula o preço por distância percorrida na rodovia, a exemplo do free flow; e incentivar a exploração de receitas acessórias, bem como outras medidas que possam reduzir o valor da tarifa para os usuários.

 

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião de Revista Entrevias. É vedada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. Revista Entrevias poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.