COMO PROGRAMAS DE INTEGRIDADE PODEM COLOCAR TRANSPORTADORAS E TRANSPORTADORES EM UM PATAMAR MAIS ELEVADO NO MERCADO

Artigo / 26 de Agosto de 2022 / 0 Comentários
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Após a outorga da Lei Anticorrupção e da Lei 8.420/15 (essa se relaciona à responsabilização das pessoas jurídicas), diversas empresas dos setores público e privado instituíram políticas e programas de integridade visando combater atos corruptivos, mitigar riscos de associação e de responsabilidade objetiva, multas e contingências, além de preservar a imagem e a reputação.

Nesse cenário transformador, transportadores e transportadoras entraram no radar, uma vez que o modal rodoviário faz parte de um ambiente de alto risco, seja em fronteiras, seja em portos ou em alfândegas. Eventos lesivos à pátria, como o descaminho, o tráfico, o contrabando e a evasão fiscal, são uma constante, além das relações com entes públicos, incluindo autoridades e órgãos de fiscalização. Como os parceiros da estrada poderão transformar os riscos em oportunidades? Eis algumas dicas:

Identifique e avalie os riscos de sua empresa. Faça a análise de cenários com base na natureza e no contexto operacionais. Um programa de integridade que tem por objetivo atender as leis e promover a manutenção da reputação e da imagem deve classificar riscos em níveis de materialidade (e.g.: alto, médio, baixo impactos e probabilidades), objetivando priorizar o que realmente importa.

Independentemente do porte da empresa, é fundamental dar o exemplo a funcionários e a terceiros. Crie um código de conduta. O código é uma espécie de carta magna, que rege a visão e a missão da organização, além de doutrinar e fortificar seus propósitos. Destaque no documento itens que referenciam as práticas ESG, como atitude ética e responsável, atenção aos direitos humanos, cumprimento da legislação e das leis de trânsito, respeito ao meio ambiente e ao trabalho digno, incluindo a segurança e a saúde física e mental dos empregados e outros interessados.

Formalize uma política que promova o combate à corrupção. Faça diligências de parceiros comerciais. Há diversas ferramentas tecnológicas de pesquisa disponíveis no mercado capazes de rastrear e identificar desvios e atos lesivos vindos de terceiros. Diligências são fundamentais para manter a integridade das operações e devem ser realizadas a cada contratação ou ainda de forma tempestiva a cada dois ou três anos, dependendo do grau de risco.

Treine todos os envolvidos e fortaleça a comunicação. Políticas, normas e procedimentos são para muitos, e não para poucos. Treinamentos trazem aprendizado, trocas de experiências, citam casos e geram reflexão. Levam as pessoas a entenderem a importância de agirem corretamente. Treinamentos mudam comportamentos de forma positiva e fomentam a cultura de integridade. Rodas de conversa, banners e depoimentos também são ferramentas de comunicação eficientes.

Crie um canal de denúncias para registros de casos que mereçam investigação, com direito ao anonimato dos denunciantes. Atos fraudulentos e desvios de conduta devem ser apurados com justiça e tratados com rigor e de acordo com seus impactos.

Por fim, faça monitoramento contínuo. A leitura constante, a associação ou ainda a detecção de cenários que possam impactar a empresa são ações importantes para que práticas de prevenção sejam implementadas.

Fato é que empresas desejam fazer negócios e se associar a parceiros íntegros e que honram com a palavra. Num momento pós-pandêmico, em que os custos logísticos estão extremamente elevados, empresas transportadoras e transportadores que mantiverem um programa de integridade robusto certamente serão mais competitivos no mercado. Avalie os riscos e busque oportunidades. Integridade é sustentabilidade. Transportadores e transportadoras, pensem nisso! Façam uma boa viagem.

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